O governo brasileiro recebeu indícios da China que o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF na sigla em inglês) receberá investimento do país, segundo o que a Reuters disse a duas fontes brasileiras. O projeto apresentado pelo Brasil é uma proposta de financiamento para preservação de florestas em risco ao redor do mundo.
Ajuda chinesa no Fundo de Florestas
Lan Fo’an, ministro chinês das Finanças, foi quem indicou que a contribuição poderia acontecer, durante uma reunião bilateral com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, na última quinta-feira (3), na reunião de finanças do BRICS no Rio de Janeiro.
Uma das fontes estava presente durante a conversa, e relatou que Lan Fo’an disse a Haddad que a ideia do fundo era muito importante, e que a China colaboraria. Apesar de valores não terem sido discutidos ainda, o governo brasileiro entendeu como uma sinal de que a decisão estaria tomada, considerando que a fala veio do ministro das Finanças chinês.
A intenção chinesa de inserir recursos no fundo pode fazer com que mais países contribuam no combate às mudanças climáticas.
A embaixada da China em Brasília foi procurada, mas não respondeu a nenhum pedido de comentário. Em nota oficial, o Ministério da Fazenda informou que Haddad e Lan Fo’an conversaram, mas não foi descrito o que foi discutido.
Problema global
Em maio, o presidente Lula visitou a China, e conversou sobre o fundo com o presidente Xi Jinping. O Brasil pretende que outros países emergentes se atraiam pelo fundo, em especial as nações do Oriente Médio.
O objetivo é resolver a discussão sobre o financiamento climático que acontece entre países desenvolvidos e países emergentes. A disputa entre os países é sobre quem caíra a responsabilidade dos custos para as medidas de adaptação, mitigação e preservação do meio ambiente, a fim de evitar que o aquecimento do mundo ultrapasse o limite de 1,5ºC.
A maior causa do aquecimento global até hoje ocorre pelos países desenvolvidos, e por isso eles deveriam ser os responsáveis e arcar com os custos, segundo o Acordo de Paris.
Todavia, vem sendo exigido cada vez mais que países emergentes com economias fortes, como a China e países do Oriente Médio também contribuam com os custos.