O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) recomendou o retorno do horário de verão ainda este ano para reduzir o consumo de energia no horário de pico, em meio à maior crise hídrica dos últimos 94 anos. A medida, que visa aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas, agora depende da decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Retorno do horário de verão como solução energética
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) sugeriu o retorno do horário de verão para ajudar a conter o consumo de energia em 2023, que está em patamares recordes. A medida, interrompida em 2019, voltaria em meio à maior crise hídrica do Brasil em quase um século, com o objetivo de reduzir o consumo durante o horário de pico (entre 17h e 20h) e aliviar a pressão sobre os reservatórios das hidrelétricas.
O analista de Clima e Meio Ambiente da CNN, Pedro Côrtes, destacou que o consumo de energia em agosto de 2023 foi superior ao dos últimos anos, ultrapassando até os níveis da crise hídrica de 2020-2021. Ele explicou como o adiantamento do relógio em uma hora atrasa o uso de iluminação artificial, diminuindo a demanda no horário de maior consumo, o que também reduz a necessidade de acionar usinas termelétricas, responsáveis por gerar energia mais cara.
Comitê do setor elétrico quer reduzir a crise energética (Foto: reprodução/Nitat Termmee/Getty Images Embed
Desafios para a implementação
Caso aprovada, a volta do horário de verão poderia ocorrer nos próximos 30 a 60 dias, mas enfrenta desafios. Segundo Côrtes, o calendário eleitoral pode atrapalhar a adoção da medida antes do segundo turno das eleições municipais, em outubro. Além disso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, pediu cautela, indicando que pretende avaliar os impactos da decisão para os próximos anos.
O retorno definitivo da medida está agora nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidirá se o horário de verão será reinstaurado. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também sugeriu que a implementação seja feita apenas após as eleições, para evitar confusões nos horários de votação.