Banco de investimento acredita em um segundo semestre positivo para o mercado cripto, diante de um cenário de apoio político nos EUA, maior clareza regulatória e crescente interesse institucional. Após meses de volatilidade, o Bitcoin volta a atrair a atenção de investidores e promete disputar com o ouro o posto de principal reserva de valor.
Bitcoin retoma força e supera expectativas
O Bitcoin (BTC) voltou a ultrapassar os US$ 100 mil (cerca de R$ 566 mil) e a ganhar destaque neste ano após fortes oscilações no preço. A instabilidade foi causada, em parte, pelas ações do presidente dos EUA, Donald Trump, que aumentaram as tensões comerciais no cenário global.
A nova projeção do JP Morgan marca uma mudança importante na visão de uma das maiores instituições financeiras do mundo sobre o mercado de criptomoedas. Segundo o banco, o Bitcoin deve superar o ouro em desempenho durante 2025, favorecido por condições regulatórias e políticas mais favoráveis.
O relatório aponta que, entre fevereiro e abril, o ouro teve alta enquanto o Bitcoin caiu. Porém, nas últimas semanas, a tendência se inverteu, com o Bitcoin ganhando força e o ouro perdendo valor. O JP Morgan acredita que esse movimento continuará ao longo do ano, com o Bitcoin se destacando cada vez mais.
Fatores políticos e institucionais impulsionam criptomoeda
A análise do banco identifica como principais motores da valorização do Bitcoin a maior aceitação institucional das criptomoedas, o avanço de regulamentações mais claras nos Estados Unidos e o apoio de Donald Trump ao setor.
O presidente, inclusive, já estabeleceu uma reserva monetária em Bitcoin, semelhante às existentes em dólar e ouro, com o objetivo de diversificar e proteger a economia do país.
Além disso, grandes empresas do setor financeiro e tecnológico vêm se posicionando discretamente para aproveitar a próxima onda de crescimento do mercado cripto. Esse movimento indica uma expectativa otimista por parte de players relevantes, que veem nas criptomoedas não apenas um ativo de risco, mas uma aposta estratégica de longo prazo.
Trump no Salão Oval da Casa Branca, em 6 de março de 2025, quando estabeleceu a Reserva Estratégica de Bitcoin (Foto: reprodução/Alex Wong/Getty Images Embed)
Volatilidade continua, mas otimismo prevalece
Em abril, analistas do JP Morgan disseram que a imagem do Bitcoin como “ouro digital” estava sendo questionada, já que a criptomoeda perdeu valor devido à volatilidade do mercado causada pela guerra comercial dos Estados Unidos.
A criptomoeda chegou a cair para cerca de US$ 75 mil (R$ 424,5 mil), uma queda de mais de 30% em relação ao seu recorde de quase US$ 110 mil (R$ 622,6 mil). A queda foi impulsionada pelo medo dos investidores diante das tarifas impostas por Donald Trump.
Apesar disso, a criptomoeda voltou a ser negociada em torno de US$ 100 mil (R$ 566 mil). Especialistas acreditam que o preço do bitcoin continuará subindo até ultrapassar os US$ 20 trilhões (R$ 113,2 trilhões) da capitalização de mercado do ouro. Eles também preveem que o BTC possa atingir US$ 1 milhão por unidade (R$ 5,66 milhões) no futuro.
Ouro e Bitcoin disputam papel de reserva de valor
A valorização do Bitcoin ocorre em paralelo ao bom desempenho do ouro, que também atingiu máximas históricas em 2025, impulsionado pela busca por segurança diante das incertezas geopolíticas. No entanto, enquanto o metal tem apresentado uma leve correção nas últimas semanas, o BTC parece consolidar seu papel como alternativa viável de proteção patrimonial.
Segundo Gadi Chait, diretor de investimentos do banco cripto Xapo Bank, os dois ativos ocupam posições semelhantes no imaginário dos investidores. Com capitalizações de mercado próximas, ambos se consolidam como opções sólidas diante de um cenário global volátil.