Nasdaq consegue superar os 17 mil pontos pela primeira vez na história

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Logo da Nasdaq no prédio da Times Square (Reprodução/Jeenah Moon/Reuters)

Nesta terça-feira (28), o índice Nasdaq atingiu um marco histórico ao fechar o pregão acima dos 17 mil pontos pela primeira vez. O índice, que representa as principais empresas de tecnologia, encerrou o dia aos 17.109,88 pontos, impulsionado por um desempenho excepcional da fabricante de semicondutores Nvidia. As ações da Nvidia subiram mais de 7%, encerrando o dia cotadas acima de US$ 1,1 mil.

A valorização da Nvidia é um dos principais fatores por trás desse recorde. A empresa está próxima de alcançar um valor de mercado de US$ 3 trilhões, colocando-a ao lado de gigantes como Microsoft e Apple, e até mesmo com potencial de se tornar a companhia mais valiosa do mundo, superando a Apple, que atualmente é avaliada em US$ 2,91 trilhões.

Impulso das gigantes de tecnologia

Além da Nvidia, outras empresas de tecnologia também contribuíram para o desempenho positivo do Nasdaq. As ações da Gamestop, varejista de videogames, tiveram um salto de 25,16% após a empresa anunciar a conclusão de uma oferta de ações de cerca de US$ 933,4 milhões. O objetivo da companhia é usar esses recursos para fins corporativos gerais, incluindo possíveis aquisições ou investimentos.

O setor de tecnologia do S&P 500 também liderou os ganhos entre os setores, enquanto outros, como saúde e indústria, enfrentaram quedas. Essa movimentação positiva no setor de tecnologia reflete a confiança dos investidores nas perspectivas de crescimento e inovação contínua dessas empresas.


Prédio da Nvidia
Prédio da Nvidia (Reprodução/euqueroinvestir)

Política monetária dos EUA e expectativas do mercado

O recente recorde do Nasdaq também está ligado às expectativas dos investidores em relação à política monetária dos Estados Unidos. Com os juros no maior nível em quase 23 anos, entre 5,25% e 5,50% ao ano desde julho de 2023, muitos investidores esperam que o Federal Reserve (Fed) inicie um afrouxamento monetário ainda neste ano. As chances de uma redução nos juros, de pelo menos 0,25 ponto porcentual, estão acima de 50% para os meses de novembro e dezembro, de acordo com a ferramenta de monitoramento FedWatch, do CME Group.

Enquanto isso, os discursos de dirigentes do Fed continuam a calibrar as expectativas. O presidente da unidade do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, afirmou que não descarta cortes nos juros, mas destacou que o colegiado do banco central precisa ter mais confiança na desaceleração da inflação para tomar tal decisão.

Impactos no Dow Jones e S&P 500

Enquanto o Nasdaq celebrava seu recorde, os outros índices tiveram desempenhos mistos. O Dow Jones caiu 0,55%, fechando aos 38.852,86 pontos, enquanto o S&P 500 teve uma leve alta de 0,02%, encerrando o dia aos 5.306,04 pontos. Os rendimentos dos Treasuries, que subiram para picos em várias semanas após fracos leilões de dívida, pressionaram os mercados.


Dentro do Prédio da Dow Jones (Reprodução/Brendan Mcdermid/Reuters)

Os investidores continuam atentos aos dados de inflação dos Estados Unidos, que poderão influenciar ainda mais as expectativas de cortes nos juros do Fed. Segundo Quincy Krosby, estrategista-chefe global da LPL Financial, o mercado não quer ver os rendimentos subindo a um nível que ameace a economia e o consumidor, frustrando o cronograma de flexibilização do Fed.

O cenário atual, com altas expectativas de cortes nos juros e um desempenho robusto das empresas de tecnologia, coloca os mercados em um estado de vigilância contínua, esperando por novos desenvolvimentos econômicos que possam moldar o futuro próximo.

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