O governo do Reino Unido anunciou nesta terça-feira (10) um importante passo rumo à transição energética, ao selecionar a Rolls-Royce SMR para liderar a construção dos primeiros pequenos reatores nucleares modulares (SMRs, na sigla em inglês) do país. A medida faz parte de uma estratégia mais ampla para acelerar a descarbonização da matriz energética britânica a partir de meados da década de 2030.
Investimento Alto do governo
Para viabilizar o projeto, o governo britânico vai investir 2,5 bilhões de libras (aproximadamente US$ 3,4 bilhões) ao longo dos próximos quatro anos. O objetivo é consolidar o Reino Unido como um dos pioneiros na criação de uma indústria nuclear de pequena escala na Europa.

Diferentemente das mais tradicionais usinas nucleares, que exigem grandes áreas e décadas para ficarem prontas, os SMRs possuem dimensões mais compactas — cerca do tamanho de dois campos de futebol — e utilizam componentes que podem ser fabricados em série. Isso permite uma montagem mais rápida e a um custo potencialmente menor, além de oferecer maior flexibilidade para atender a diferentes regiões e demandas energéticas.
A subsidiária Rolls-Royce SMR, responsável pelo projeto, anunciou planos iniciais para construir três unidades de reatores modulares. O investimento sinaliza a aposta britânica em uma nova geração de energia nuclear mais eficiente e escalável, contribuindo tanto para a segurança energética quanto para a meta de emissão líquida zero.
Mudança na econmia do Reino Unido
A iniciativa também deve impulsionar significativamente a economia britânica, com a criação de milhares de empregos qualificados em engenharia, manufatura e construção civil, além de fomentar a cadeia de suprimentos nacional. Segundo o governo, o programa de SMRs poderá gerar oportunidades para pequenas e médias empresas em todo o país, ao mesmo tempo em que fortalece a posição do Reino Unido como líder global em tecnologia nuclear avançada. Especialistas destacam ainda que os SMRs podem desempenhar um papel crucial na estabilidade da rede elétrica, fornecendo energia constante e confiável para complementar fontes renováveis intermitentes, como solar e eólica.
Além disso, o governo confirmou o aporte de 14,2 bilhões de libras para o desenvolvimento de uma nova usina nuclear de grande porte, a Sizewell C, localizada no leste da Inglaterra. O projeto será parte da maior expansão nuclear já realizada no país em uma geração, reforçando o compromisso do Reino Unido com fontes de energia de baixa emissão e com a redução da dependência de combustíveis fósseis.