Em um momento de desafios fiscais, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demonstrou apoio ao aumento de impostos para os cidadãos de maior renda como parte de seu plano econômico. Entretanto, ele expressou receios sobre a reação negativa de seus eleitores e sobre o impacto que essa medida pode ter no apoio político no Congresso.
A proposta de aumento de impostos para os “super-ricos”
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, manifestou publicamente que está disposto a apoiar a elevação de impostos para os mais ricos. A proposta se relaciona com as dificuldades dos republicanos em reduzir gastos sem atingir programas sociais protegidos por lei.
No entanto, Trump teme que o aumento de impostos gere uma reação política parecida com a do ex-presidente George Bush, que implementou novas tarifas em 1990 após prometer “nenhum novo imposto”, o que foi visto como uma quebra de promessa de campanha.

Desafios fiscais e vazamentos de conversas
A sugestão de aumentar impostos para os mais ricos surgiu após um vazamento de informações sobre uma conversa telefônica entre Trump e o presidente da Câmara, Mike Johnson, na quarta-feira (7). Trump teria sugerido que pessoas com rendimentos superiores a US$ 2,5 milhões e casais com rendas acima de US$ 5 milhões fossem taxados com uma alíquota de 39,6%.
Esse aumento representaria um reajuste em relação à taxa atual de 37%, estabelecida pela Lei de Cortes de Impostos e Empregos de 2017 para pessoas com rendimentos anuais superiores a US$ 626.350. Essa alíquota deve expirar no final do ano, a menos que o Congresso renove.
Estudos preliminares da Tax Foundation, uma organização não partidária, apontam que essa mudança poderia resultar em uma arrecadação de US$ 67,3 bilhões nos próximos dez anos. Focado em aumentar a arrecadação do país, Trump também tem defendido medidas como a taxação de produtos importados e de filmes produzidos fora dos EUA.
A difícil decisão sobre o Medicaid e o futuro fiscal
Em paralelo à proposta de aumentar impostos para os mais ricos, o governo Trump enfrenta outro impasse relacionado à redução dos custos do Medicaid, programa federal de assistência médica voltado à população de baixa renda.
O plano orçamentário de Trump prevê cortes fiscais no valor de US$ 4,5 trilhões nos próximos dez anos, mas também solicita ao Comitê de Energia e Comércio da Câmara, que gerencia o Medicaid, que busque reduzir US$ 880 bilhões do Medicaid.
Segundo parlamentares republicanos, o problema é que dificilmente será possível cortar US$ 880 bilhões sem afetar o funcionamento do Medicaid, o que entraria em conflito com a promessa de Trump de manter o programa intacto. Dessa forma, criaria um dilema político, pois o Medicare e o Medicaid são programas populares entre os eleitores.