O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou a possibilidade de estender novamente o prazo para que a empresa chinesa ByteDance conclua a venda das operações do TikTok no país. O prazo atual vence em 19 de junho e já foi prorrogado duas vezes. A exigência faz parte de uma determinação prevista em lei federal, baseada em alegações de risco à segurança nacional.
Preocupações com segurança e exigências legais
Uma lei dos EUA exige que o TikTok tenha um novo dono no país, que não seja chinês, devido a suspeitas de que a empresa chinesa ByteDance, que controla o aplicativo, possa colocar em risco a privacidade dos 170 milhões de usuários americanos e a segurança dos dados.
O algoritmo do TikTok personaliza o conteúdo exibido a cada usuário com base em seus interesses. O governo dos EUA teme que esse sistema possa ser usado para espalhar desinformação ou coletar dados pessoais, como localização e hábitos dos usuários.
Essa preocupação vem do fato de que, na China, empresas podem ser obrigadas por lei a colaborar com o governo na entrega de dados. Apesar dos investimentos do TikTok em segurança e transparência, e de negar ter compartilhado dados com a China, a desconfiança das autoridades americanas persiste.
TikTok nos EUA e na China (Foto: reprodução/OLIVIER DOULIERY/Getty Images Embed)
Andamento das negociações e possíveis acordos
Havia um plano para transformar o TikTok nos EUA em uma empresa independente, com sede no país e controlada por investidores americanos. Mas as negociações foram interrompidas depois que a China se opôs, especialmente após os EUA anunciarem tarifas mais altas sobre produtos chineses.
Fontes ligadas aos investidores dizem que as negociações continuam e que o prazo vai até 19 de junho. Mas tudo depende de um acordo entre EUA e China, sobre principalmente as tarifas. Trump afirmou que não pretende reduzir as taxas apenas para negociar, mas pode flexibilizá-las como parte de um acordo maior.
Há também divergências políticas internas. Alguns senadores questionam a autoridade de Donald Trump para adiar a lei, como já fez em outras ocasiões, e levantam dúvidas sobre a legalidade do acordo em negociação.