Em pouco mais de duas semanas, de 30 de setembro a 15 de outubro, 15 golfinhos da espécie conhecida como toninha, foram avistados em praias do litoral do estado de São Paulo, entre as praias de Bertioga e São Vicente. De acordo com o Programa de Monitoramento das Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), 183 animais morreram na área este ano.
Alguns dos golfinhos encontrados eram filhotes ou juvenis, e duas eram fêmeas que estavam prenhas. O instituto destacou que, nesses casos, durante o exame de necropsia também são colhidas amostras das carcaças para análises futuras.
Espera-se que o número de mortos deste ano supere o total em 2021, quando 235 botos morreram, já que a espécie começou a se reproduzir mais perto da costa a partir da primavera. Houve 173 mortes em 2020.
Os golfinhos são as espécies de golfinhos mais ameaçadas no Brasil. Ambientalistas estão preocupados com o número de espécimes mortos, que podem estar ligados ao aumento da poluição oceânica e da pressão sobre as redes.
Segundo Andrea Maranho, coordenadora do Instituto Grema de Resgate de Animais Marinhos, desde o início do monitoramento, em 2016, o número de botos aumentou 20%, apesar da queda acentuada no número de botos.
A toninha é a espécie de golfinho mais ameaçada de extinção no Brasil (Foto: Museu das Toninhas)
O perigo da pesca acidental
Seis dos animais encontrados demostravam sinais de terem sido capturados por redes de pesca, e um deles tinha um apetrecho muito usado preso em seu rosto. Um dos casos foi registrado na Praia do Iporanga, no Guarujá.
Estima-se que 40% de toda pesca de baleias, golfinhos, focas, tartarugas, raias, tubarões, aves marinhas, peixes e invertebrados capturados acidentalmente são descartados. Para cada quilo de camarão capturado, são capturados outros 21 kg de fauna acompanhante. É estimado que 300 mil baleias e golfinhos morram anualmente por causa das redes de pesca.
Espécie ameaçada de extinção
O Instituto Gremar aponta que os golfinhos conhecidos como toninha são uma das menores espécies de golfinho do mundo e ocorre apenas na América do Sul. Ela consta na Lista Oficial das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção.
As fêmeas dessa espécie têm uma gestação de aproximadamente 11 meses, tendo um filhote a cada um ou dois anos. O instituto chama atenção para a necessidade de conservação das toninhas por meio da ampliação do conhecimento e conscientização da população.
Foto Destaque: Divulgação/Instituto Gremar