Na noite dessa sexta-feira (14), uma nuvem de gafanhotos invadiu uma fazenda em Campo Novo do Parecis, a 397 km de Cuiabá, assustando os proprietários e funcionários do local. Para a sorte deles, muitos amanheceram mortos ou fugiram para outro lugar.
“Isso nunca aconteceu aqui [na fazenda]. Parecia o fim dos tempos. Muitos amanheceram mortos, naturalmente, e outros acredito que voaram para longe”, contou, o, surpreendido, gerente da fazenda que não quis ter a identidade revelada.
Nuvem de gafanhotos na Argentina em 2020. (Reprodução/ G1)
O vídeo feito pelo trabalhador mostra a nuvem na parte da casa durante a noite de sexta e pela manhã já com eles todos mortos cobrindo a grama da fazenda.
Um caso semelhante aconteceu em meados de 2020 onde uma nuvem de gafanhotos que se iniciou no Paraguai, foi para a Argentina e ameaçou vir ao Brasil, mas não chegando a atravessar a fronteira apesar de ter causado muita preocupação, fazendo com que o governo brasileiro entrasse em alerta e criasse um plano de ação para inibir o enxame. A nuvem foi dissipada graças a chuva e o frio da região.
Lázaro Franco, técnico da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), explica que a chegada em grande quantidade desses insetos é possível graças à falta de seus predadores naturais, que são as aves. “É uma revoada natural e pode fazer estragos. Se encontrarem alimento, uma condição adequada e não tiver predadores, eles se reproduzem e podem permanecer por mais tempo”, disse.
“Talvez usaram algum tipo de defensivo para controle de insetos e ficou alguns resquícios nas seivas das plantas das quais eles se alimentaram, ou morreram por terem cumprido seu ciclo”, esclareceu, dizendo dois possíveis motivos para a morte dos insetos, que segundo especialistas podem viver alguns meses chegando a um ano, podendo variar das condições do enxame, clima e espécies.
Foto Destaque: Nuvem de gafanhotos invade fazenda no MT. Reprodução: Canal Rural
