Várias espécies de animais sofrem com a perda de seu habitat, que pode acontecer por causa de desastres naturais, climáticos e principalmente ações humanas. Muitas vezes, o desgaste é tanto que todo o equilíbrio ambiental se desestabiliza, fazendo com que alguns animais não encontrem mais comida, abrigo ou clima compatível para que possam se adaptar às mudanças. Toda essa danificação repentina impossibilita a vida de uma determinada espécie no local, o que faz com que muitos animais acabem sumindo da natureza.
Santuários, reservas e zoológicos são lugares que conseguem manter a segurança de algumas espécies de animais, que hoje não se encontram mais soltos na natureza. Há vários projetos guiados por ONGs ambientais, inclusive com apoio governamental, sempre incentivando planos para permitir o retorno destes animais, que hoje vivem em cativeiro, ao seu habitat natural. Conheça alguns animais que atualmente só vivem em cativeiro, com a proteção das entidades.
Corvos havaianos
Foto: Corvo Havaiano (Reprodução/Tudo Bicho)
Inteligente, engenhoso e social. Conhecido também como Alala, o Corvo Havaiano possui um bico grosso, penas eriçadas na garganta e pés pretos. Eles têm uma excelente memória, com capacidade para lembrar de indivíduos por meses ou até anos. Isso os ajuda a distinguir o amigo do inimigo.
É um comedor altamente oportunista, um onívoro que se alimenta de quase tudo o que estiver ao seu alcance. A maior parte de sua dieta consiste em pequenos invertebrados, como caracóis, aracnídeos e isópodes forrageados de troncos, folhagens e galhos. Quando ainda habitava fora dos cativeiros, o corvo desempenhava um papel importante na dispersão das sementes por seu habitat natural.
Os corvos havaianos estão extintos na natureza desde 2002. A ave entrou em declínio a partir do final do século XIX, mas as ameaças externas trouxeram a espécie à beira da extinção. Na década de 1990, a população total do corvo havaiano caiu para um mínimo de 20 ou 30 indivíduos. A maioria deles, passou toda a sua vida em cativeiro, aprendendo a ter comportamentos selvagens por conta própria.
Lagarto-de-cauda-azul
Foto: Lagarto-de-cauda-azul (Reprodução/Laurie Vitt)
O lagarto-de-cauda-azul, originário da Ilha Christmas foi descoberto em 1886. Sua cauda colorida serve como proteção, desviando a atenção dos predadores sobre as partes do corpo vitais para a sobrevivência, como a cabeça e tronco.
No ano de 2002, cientistas dos Parques Nacionais da Ilha Christmas observaram que a formiga louca amarela, que havia sido introduzida no local, expelia ácido fórmico para se defender. Isso representava uma ameaça para o lagarto-de-cauda-azul. Apesar de muitas tentativas para conservação da espécie, ela acabou sendo extinta da natureza.
Sapo-de-wyoming
Foto: Sapo-de-wyoming (Reprodução/BioDiversity4All)
O sapo-de-wyoming é um anfíbio extremamente raro que existe apenas em cativeiro por causa de atividades humanas, como o uso de inseticidas, e pela dificuldade de aumentar a população por conta de inúmeros predadores em todas as fases de vida do animal.
Ele frequentava mais as planícies de inundação e as bordas de grama curta de lagoas, riachos e lagos. Essa espécie carrega verrugas pequenas, arredondadas e manchadas em sua superfície dorsal, assim como também linhas de luz embaçadas. Os sapos individuais podem ser identificados pela variação em suas cores de pele e padrões de verrugas.
Tigre do sul da china
Foto: Tigre-do-sul-da-china (Reprodução/PortaldosAnimais)
O tigre do sul da China é uma espécie que habitou por muito tempo as florestas da região leste e sudeste da China, sendo muito reverenciado e respeitado pelos chineses antigos. Ele teve um grande papel na arte, pintura, literatura e superstições chinesas, chegando a ser um dos doze signos do zodíaco chinês.
O felino está criticamente ameaçado na Lista Vermelha da IUCN desde 1996, provavelmente extinta na natureza. Desde 1970 nenhum animal da espécie foi registrada.
Ararinha-azul
Foto: Ararinha-Azul (Reprodução/Patrick Pleul)
A ararinha-azul está no mesmo grupo de papagaios e periquitos. Com um corpo azul, cabeça azul-acinzentada, íris amarela e bico negro, era facilmente confundida com arara-azul-pequena (espécie que foi completamente extinta). Gosta de comer sementes de pinhão, frutos do juazeiro, além de outros típicos do seu habitat, embora muitos dos animais que vivem em cativeiro sejam alimentados com ração.
A extinção da ararinha-azul na natureza foi causada principalmente pelo tráfico de animais e destruição das áreas de caatinga pelo desmatamento e queimadas. Ela é considerada extinta desde o ano 2000. Atualmente, as aves vivem em unidades de conservação criadas especialmente para elas.
Milu
Foto: Cervo-do-padre-david (Reprodução/BioLife)
O milu, ou cervo-do-padre-david, é um cervídeo da China que foi desaparecido no final do século XIX. O nome de cervo-do-Padre-David se deve ao missionário francês Armand David.
Em 1865, Armand levou vários exemplares à Europa. Os animais foram retirados de uma reserva imperial da Dinastia Qing, onde a entrada sem autorização tinha pena de morte.
As pessoas chinesas chamam este mamífero ‘sze pu shiang ‘ que traduz como ‘as quatro diferenças ‘.O nome estranho é devido ao fato dessa espécie ter um pescoço de camelo, patas de uma vaca, o rabo de um burro e chifres de um cervo.
Mutum-do-nordeste
Foto: Mutum-do-nordeste (Reprodução/Mundo Animal)
É a ave símbolo do Estado de Alagoas. Ela é mais conhecida por mutum-de-alagoas, e era facilmente encontrada no nordeste da Mata Atlântica. Desempenhava um papel fundamental na regeneração das florestas onde vivia, distribuindo sementes no solo. Sua alimentação é composta por lagartos, pererecas, gafanhotos, caracóis e outros animais minúsculos.
A ave está extinta na natureza. Há cerca de 130 indivíduos restantes que hoje vivem em cativeiro. Infelizmente, a destruição de seu habitat para o plantio da cana-de-açúcar, além da caça desregrada na região prejudicou muito o processo de reprodução da espécie. A carne do mutum-do-nordeste também é considerada muito deliciosa, o que contribuiu para sua extinção.
Órix-de-Cimitarra
Foto: Órix-de-Cimitarra (Reprodução/BioDiversity4All)
O órix-de-cimitarra, também conhecido como órix-branco, ou órix-do-saara, é um mamífero bovino do norte da África. Ele é adaptado ao ambiente árido, habitando primariamente áreas semi-desérticas, dunas e depressões arborizadas.
A espécie está extinta na natureza desde 2000 principalmente pela caça. As tentativas de clonagem, que consiste na produção de indivíduos geneticamente idênticos, foram bem sucedidas. As iniciativas de reprodução têm o objetivo de recriar o essa espécie de bovino.
Foto destaque: Ararinha-azul (Made For Minds)