Peixe perigoso chega ao litoral de Pernambuco

Nathália Siqueira Por Nathália Siqueira
6 min de leitura

A espécie de peixe, chamado peixe-leão, se encontra agora navegando pelo litoral do nordeste. O último registro de um peixe-leão, foi feito em Recife, na ilha de Itamaracá, onde dois deles foram encontrados por pescadores, ao mergulhares redes a 36kg da costa, em uma profundidade de 40 metros.

O que torna essa espécie perigosa, é o fato de se tratar de um predador. O peixe-leão, cujo nome científico é Pterois volitans, ou P. miles, é um peixe nativo dos Oceanos Índico e Pacífico, e se alimenta tanto de corais, quanto de outros peixes. Em seu habitat, o peixe-leão é mais presa do que predador, já que convive com animais marinhos maiores, como garoupas e tubarões. Porém, quando este peixe esperto, saí de perto de seus predadores, consegue se reproduzir ao ponto de uma fêmea botar até 2 milhões de ovos por ano.

Para os seres humanos, o peixe representa risco, pois possui espinhas tóxicas, que ao entrarem em contato com nossa pele, provoca inchaço e vermelhidão, além de poder dar febre, e ainda, convulsões.


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Publicação de Alerta do Projeto Conservação Recifal (Reprodução/Instagram)


No Brasil, a primeira aparição do peixe-leão, foi em 2014, em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro. E ao longo dos últimos anos, o número de relatos de pessoas que dizem terem visto um, aumentou consideravelmente.

O que torna essas invasões preocupantes, além do risco para uma pessoa que encostar nele, está também na ecologia do ambiente, pois se alimenta vorazmente de espécies nativas, podendo causar assim, um desequilíbrio ambiental.

De acordo com pesquisador Marcelo Soares do Instituto Ciências do Mar (Labomar), o peixe está se proliferando rapidamente, o que torna a situação bem preocupante. “Quando ele ‘dobrou a esquina’ no Rio Grande do Norte ganhou vantagem porque vai a favor da corrente para o sul —aqui na parte ao norte estava contra. Pela modelagem feita ele vai chegar até o Uruguai; ou seja, vai tomar toda a costa brasileira e causar graves impactos”, acredita o pesquisador.

Em Pernambuco, tanto a organização “Projeto Concervação Recifal”, quanto a prefeitura de Itamaracá, estão capacitando pescadores para ajudar a monitorar os peixe-leões.

 

 

Foto destaque: Pterois volitans, o mais comum peixe-leão. Reprodução/iStock/Getty Images)

 

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