Botos foram encontrados mortos flutuando em rio do Amazonas desde final de setembro. Nesta semana o número aumentou para de 141 até o momento. De acordo com o Instituto Mamirauá, totaliza a perda de 120 botos-cor-de rosa e 21 tucuris, no Lago Tefé.
Especulações e pesquisas
Provável causa da morte dos golfinhos tem sido considerada pelo calor excessivo. Além da alta temperatura, a estiagem sem precedentes, tem assolado o Amazonas. Os animais têm sido vítimas desse clima atípico na região.
“A Amazônia é vasta, mas nunca foi registrada água tão quente quanto essa,”, avaliou Ayan Fleischmann, coordenador da área Geoespacial do Instituto Mamirauá.
De acordo com investigadores, a elevação da temperatura chegando a 40º C fez com que potencializasse as mortes dos golfinhos no dia 29 de setembro. Essas informações são do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá.
Os animais foram levados para necropsias, cujo exame consiste em uma autópsia com finalidade de identificar a causa das mortes em série. Não houve evidências de sinais infecciosos que sugerissem o princípio da letalidade. A falta de oxigênio na água é a evidência mais possível pelas mortes.
Mobilização e espécies
A preocupação com a mortandade dos golfinhos, motivou mais de 50 pessoas a se unirem em uma força tarefa na intenção de recuperar as carcaças de botos e tucuxis que surgiram boiando em um afluente do rio Amazonas. Protocolo sanitário foram empregados para possível descarte dos esqueletos dos animais.
Boto morto sendo analisado (Foto: reprodução/instagram/@institutomamiraua)
Os botos cor-de-rosa da Amazônia possuem uma coloração incrível, e são conhecidos também como botos vermelhos. Essas espécies peculiares de água doce são exclusivas dos rios da América do Sul e existe um número reduzido que ainda são encontrados no mundo. Devido ao ciclo reprodutivo ser demorado, sua classe se torna ainda mais refém das ameaças.
O boto-cinza, conhecido como “tucuxi”, são os golfinhos acrobatas do Amazonas, que costumam acompanhar as embarcações e são responsáveis pela alegria dos turistas, quando aparecem.
As duas espécies estão na lista vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza.
Foto Destaque – Boto morto no Amazonas – Reprodução/André Zumak/Instagram/@Institutomamiraua