A cidade sede da Copa do Mundo, Doha, no Catar, é famosa por ter gatos em todo lugar. No centro de treinamento da seleção, no centro de mídia dos jornalistas credenciados para a Copa, no corredor do apartamento, nas ruas, literalmente, em todo lugar.
Segundo artigo publicado pela Universidade Hamad Bin Khalifa sobre a necessidade de controle de doenças propagadas por gatos, o país contava com uma população estimada entre 2 e 3 milhões de gatos, em 2016. Se esse número se manteve estável ao longo dos anos, a proporção surpreende: há um gato para cada habitante do país.
Existem associações para cuidar dos gatos de rua no Catar. (Vídeo: Reprodução/YouTube)
Os animais perambulam pelos mercados mais populares de Doha e Al Wakrah, à procura de alimento. A população impressionante de gatos em Doha deve-se a uma estratégia dos cataris, que, em 1960, espalharam os animais nas ruas para conter os perigos causados pela quantidade de ratos no país.
Também existem gatos domésticos no país, que ilustram propagandas para antialérgicos e fazem parte das famílias catari. Mas são os de rua que causam problemas, já que se proliferaram muito rapidamente pelo país. O que era para ser uma solução contra os ratos, se tornou outro problema, pois os animais se tornaram vetores de transmissão de vermes e protozoários aos habitantes.
Cachorros não têm boa fama no país
Ao contrário dos gatos, os cachorros são mal vistos no país, e simplesmente não existem nas ruas de Doha. Isso porque o animal é visto como impuro pelos eruditos do islamismo. Os seguidores de Mohammad acreditam que o profeta disse: “Se um cachorro beber de um recipiente seu, purifique-o lavando-o sete vezes, sendo a primeira com areia”.
Alguns movimentos entre muçulmanos de diferentes correntes tentam quebrar a resistência com os cachorros. Países com costumes mais liberais, como a Turquia, possuem grupos que criam cães como pets. Mas, no Catar, esse movimento parece não existir com tanta força.
Foto destaque: População de gatos é equivalente à de pessoas em Doha, no Catar. Reprodução/Doha News.