Nesta terça-feira (23) foi confirmado o primeiro caso de varíola dos macacos em um animal no Brasil. O animal é um cachorro do município de Juiz de Fora, um filhote de cinco meses que teve contato com seu tutor. O tutor do pet é um caso confirmado de varíola dos macacos. A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que existe um risco potencial de transmissão entre os animais mamíferos, e como consequência, os pets também correm o risco de contrair a varíola dos macacos.
A SES divulgou, junto ao Ministério da Saúde, uma nota orientando que as pessoas com suspeita ou confirmação da doença evitem contato próximo ou direto com os animais, sejam eles pets e domésticos ou selvagens. Na nota também constam informações sobre o descarte correto de todo e qualquer resíduo proveniente de pessoas contaminadas, orientando sobre como evitar que estes materiais e resíduos fiquem acessíveis a roedores e outros animais.
O médico veterinário Rômulo Castro, em entrevista à Tribuna, sinaliza quais são os sintomas de varíola dos macacos nos pets que devem chamar a atenção dos tutores.
“A lesões em pápula, pústula e crosta são sintomas de animais que têm alguma dermatite. Essas doenças de pele são cerca de 60% dos atendimentos que fazemos no consultório. O que o tutor tem que ficar de olho é se o animal estiver apresentando alterações generalizadas, como prostração, anemia, apatia e febre. Nesses casos é bom procurar um veterinário e realizar, se preciso, um exame mais aprofundado.”
Segundo Rômulo, os sintomas são muito parecidos com as lesões convencionais, típicas de algumas raças de cachorro, como shitzu, labrador e shar pei, por exemplo.
Ao testar positivo para varíola dos macacos, os animais devem ficar em isolamento por 3 ou 4 semanas, até que todas as lesões cicatrizem.
Rômulo salienta que não há motivo para alarde da população ou tutores, destacando a preocupação de que pets possam ser vítimas de violência ou abandono por medo da varíola dos macacos, gerando um aumento nos casos de abandono de animais. “Temos um bom indicativo nos países africanos, onde a doença é endêmica, de que ela não transita entre animais domésticos. Os maiores índices são em animais silvestres. Aqui no Brasil, acredito que também será assim.” O veterinário afirma que, para o animal, a doença não é tão agressiva e que, ainda, não há vacina que a previna a contaminação no caso dos pets.