Bad Bunny domina o ranking global do Spotify pelo quarto ano
Cantor e compositor porto-riquenho desbanca Taylor Swift, The Weeknd, Billie Eilish, Bruno Mars e Ariana Grande e reafirma força latina na música
O cantor Bad Bunny foi o artista mais ouvido do ano, segundo a retrospectiva divulgada pelo Spotify nesta quarta-feira (03). A plataforma informou que a discografia do porto-riquenho acumulou 19,8 bilhões de streams ao longo de 2025.
O porto-riquenho já havia liderado o ranking global em 2020, 2021 e 2022 e volta a dominar a plataforma neste ano. Além disso, o álbum “Debí tirar más fotos” se destacou como o mais reproduzido dos últimos 12 meses no ranking global do streaming.
O ativismo latino e sua residência em porto Rico
Bad Bunny tem usado sua projeção internacional para reforçar sua identidade latino-caribenha e causas sociais ligadas a Porto Rico. Essa postura ativista também aparece em sua obra, que frequentemente celebra as raízes culturais, os desafios sociais e o cotidiano do povo porto-riquenho.
Sua decisão de manter residência em Porto Rico e realizar a série de shows “No Me Quiero Ir de Aquí” reforça ainda mais esse vínculo. A residência transformou San Juan em centro de atenção internacional, movimentando a economia local e fortalecendo o orgulho cultural da ilha. Com cenários inspirados na paisagem porto-riquenha e uma equipe majoritariamente local, Bad Bunny usa sua presença em casa como uma forma de reafirmar pertencimento e mostrar que sua trajetória está profundamente ligada ao lugar onde nasceu.
Ver essa foto no Instagram
Bad Bunny agradece aos fãs por meio de suas redes sociais (Foto: reprodução/Instagram/@badbnuny)
O artista impossível de ignorar chega ao Super Bowl
A escolha de Bad Bunny como atração do intervalo do Super Bowl amplia ainda mais sua presença como voz latino-caribenha no cenário global. O anúncio foi tratado como um marco para a comunidade latina, já que o evento é um dos mais assistidos do mundo e raramente coloca um artista que canta majoritariamente em espanhol no centro do palco. Além disso, o gesto ganha peso político, já que o cantor havia evitado realizar shows nos Estados Unidos após declarar preocupação com retaliações de autoridades de imigração, o que reforça o significado de ocupar esse espaço de visibilidade.
A apresentação também funciona como uma extensão do ativismo que Bad Bunny já exerce em nível cultural e social. O show pode abrir espaço para referências à história porto-riquenha e para mensagens de afirmação identitária, mesmo que de forma sutil, diante de uma audiência global. Para muitos latino-americanos, ver o artista no principal palco do entretenimento norte-americano simboliza reconhecimento e reforça debates sobre imigração, representatividade e colonialismo, temas que ele já aborda em sua obra e em sua postura pública.
Com números expressivos, influência global e um ativismo cada vez mais visível, Bad Bunny consolida um espaço que ultrapassa a música. Sua presença contínua em debates culturais e sociais, somada ao alcance dos seus projetos, reforça o porquê ele permanece no centro das conversas e mantém a atenção do público mundial.
