Alessia Cara enfrentou problemas com a saúde mental e usou o seu terceiro álbum da carreira como uma terapia. A cantora canadense, de 25 anos, escreveu sobre suas dores e alegrias dos últimos meses. Em entrevista a revista Quem, ela conta como sua sáude mental impactou na sua criatividade.
‘’Eu estava no meu pior nível de saúde mental na minha vida há uns meses atrás…Depois de ter a ajuda apropriada, com o tempo, eu melhorei, Não estou perfeita, mas me sinto bem melhor. Eu não estou naquele lugar que achava que ia ficar presa para sempre. Espero que eu possa ser um exemplo para pessoas que estão lutando com isso, saibam que tudo melhora’’, diz Alessia.
‘’No começo, era difícil até para eu compor alguma coisa. Eu não conseguia nem sair da cama e fazer algo. Não estava comendo, não estava dormindo. Depois de um tempo, escrever meio que passou a ser uma necessidade para mim. Eu estava com esses sentimentos guardados há muito tempo e eu precisava tirá-los de dentro de mim. Se não, eu ia continuar sofrendo. Eu escrevi muito e isso afetou a maneira que eu componho, porque me forcei a ser extremamente honesta sem me preocupar com o produto final’’, completou.
Alessia Cara (Foto: Reprodução/Shervin Lainez)
Alessia também comentou sobre o impacto da música na vida de seus fãs. ‘’A vida é difícil e é muito estranho estar vivo, ser um humano. Ninguém sabe o que é certo, errado, nós somos colocados no mundo e é esperado que a gente viva a vida! É difícil! As coisas estão sempre mudando e a vida sempre joga coisas em você que são difíceis. Mas o importante é saber que não estamos sozinhos. E que tudo passa. É incrível ouvir isso (que sua música ajuda as pessoas). A gente costuma pensar que estamos sozinhos quando lidamos com problemas. Até eu, quando passo por algo, eu me sinto sozinha, como se ninguém fosse me compreender. Quando me dizem isso, eu percebo como todos nós somos parecidos e como temos que nos apoiar. Significa muito para mim, que minha dor e minha autoexpressão possam ajudar outras pessoas com as suas próprias dores’’.
O disco que deve ser lançado ainda em 2021, explora diversas emoções e sonoridades. ‘’Há muitas experimentações que ouviram de mim antes. É uma cápsula do tempo do último um ano e meio e do que meus outros projetos. A maneira que eu produzi, eu experimentei muito mais. Não me limitei. É bastante colorido, mesmo que não seja o álbum mais feliz, porque há muita coisa pesada nele, eu acho que a maneira que o criei foi bem legal. Eu estou muito orgulhosa. A vida é muita curta. É um clichê falar isso, mas se tem algo que nesse último ano mostrou é que nada é garantido. Eu prefiro tentar e falhar do que não tentar. Prefiro isso do que estar mais velha e pensar: ‘Poxa, eu poderia ter feito isso’. Se você falhar, você falhou e aprendeu. Não há nada de ruim que possa vir de um aprendizado’’.
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A artista fala sobre a influência direta da bossa nova em seu novo álbum. ‘’Ouço muitos artistas mais antigos…Preciso me atualizar sobre os novos artistas do Brasil. Eu amo as músicas do Rodrigo Amarante, o último projeto dele é tão bom. É tão legal. Eu adoraria fazer algo com ele. Eu amo a cultura, a comida, a língua. Eu mal posso esperar para visitar o Brasil. Meus fãs brasileiros são, provavelmente, uns 90% da minha fanbase! Todo mundo é tão gentil comigo! Eles são incríveis, apaixonados. Minha fanbase não seria a mesma sem eles. Eles são tão engraçados’’.
(Foto destaque: Alessia Cara fala sobre saúde mental e novo álbum: ‘Afetou a maneira que componho’. Reprodução/Instagram)