O rapper americano Kendrick Lamar foi a atração principal nos dois dias do GP Week, a festa da Fórmula 1 que aconteceu neste final de semana (04 e 05 de novembro), no Allianz Parque, em São Paulo. Considerado o maior rapper em atividade, ele fez apresentações minimalistas e ao mesmo tempo arrebatadoras, deixando o público em êxtase do início ao fim de seus shows.
Um pouco sobre as apresentações
Muito esperado pelas pessoas que estavam presentes no evento, o cantor foi a última atração do sábado (04) e do domingo (05). Ele surgiu com uma roupa verde sozinho no palco e depois teve a companhia de alguns dançarinos que entravam e saíam de cena de acordo com as performances. Eles usavam um tipo de máscara que reproduzia o rosto do rapper.
Já a setlist era formada por músicas mais famosas e outras menos conhecidas, com a presença de alguns medleys e trechos de participações em faixas de outros cantores. As versões apresentadas nos shows também eram diferentes das gravações, com uma banda ao vivo e a inserção de guitarra e bateria no lugar das bases eletrônicas.
Havia ainda um jogo de luzes e o telão exibia algumas pinturas do artista americano Henry Taylor, com retratos de pessoas negras em diferentes situações. Kendrick Lamar interagiu poucas vezes com o público brasileiro, mas chegou a pegar um vinil de um fã para assinar e também encontrou pela primeira vez no palco o seu parceiro Thundercat, que foi baixista do seu clássico álbum “To Pimp a Butterfly”, lançado em 2015. Os dois não chegaram a tocar juntos, mas registraram o momento histórico.
Kendrick Lamar e Thundercat durante o evento GP Week, em São Paulo (Foto: reprodução/G1)
Lamar cantou músicas como “N95”, “Element”, “King Kunta”, “Worldwide Steppers”, “Humble”, “Money Trees” e “DNA”. E na reta final dos shows, trouxe a romântica “Love.” e a importante canção “Alright”, que se tornou o grito antirracista durante o movimento “Black Lives Matter”, que luta contra a violência direcionada às pessoas negras.
Sucesso do rapper
Kendrick Lamar nasceu em Compton, na periferia de Los Angeles, e hoje é considerado um dos maiores nomes do hip hop e um dos artistas mais influentes de sua geração. Já ganhou 17 estatuetas na premiação do Grammy e ainda se tornou o primeiro artista de música popular a receber um Pulitzer pelo seu disco “Damn”, de 2017.
Diferente de outros rappers como Drake e Post Malone, Lamar não se preocupa em fazer apresentações grandiosas. Seus shows são mais intimistas e parecem uma sessão de terapia, visto que passeiam pela mente e pelos traumas pessoais do cantor. Além disso, ainda trazem elementos do jazz com alguns arranjos muito bem executados.
Antes do GP Week, Kendrick Lamar também já tinha vindo ao Brasil em 2019, para o evento do Lollapalooza. Porém, naquela época não houve tanto engajamento do público porque ele dividia o estrelato com outras bandas. Mas agora, em 2023, o rapper era a atração mais aguardada e as apresentações fizeram muito sucesso. Inclusive, ele mesmo disse que ama o Brasil, que foram noites muito especiais e que pretende voltar ao país em breve.
Foto Destaque: Kendrick Lamar durante as suas apresentações no GP Week (Reprodução/Adriano Vizoni/Folhapress/Folha de São Paulo/UOL)