Nesta terça-feira (29), Michael Jackson completaria 65 anos de idade. O Rei do Pop nasceu na cidade de Gary, no estado americano Indiana, em 29 de agosto de 1958 e faleceu em sua residência em Los Angeles no dia 25 de junho de 2009, aos 50 anos, semanas antes do primeiro show de sua última turnê “This is It”, que começaria no Reino Unido em julho de 2009. Michael deixou um legado artístico e filantrópico inestimável em diversos aspectos para a indústria musical e para a humanidade com seus discos, canções, passos de dança, clipes que até hoje estabelecem recordes que, 44 anos depois do começo de sua carreira solo, permanecem não batidos.
Início no Jackson 5
Michael era o sétimo dos nove filhos de Katherine e Joseph Jackson, empresário da banda composta por Michael e seus irmãos mais velhos. A banda foi formada depois do “Papa Joe”, como era chamado pelos filhos, perceber o seu talento para a música. O talento de Michael emocionou sua mãe quando ele cantou enquanto arrumava seu quarto. Seus irmãos também tinham o costume de cantar e pegar a guitarra do pai escondido, para fazer música.
Estes episódios relatados pela mãe de Michael para Joe, levou-o a investir na carreira musical deles. Surge, então, o Jackson Brothers, que virou Jackson 5 por sugestão de uma contratante de um show para um desfile de moda, que disse que os grupos de irmãos já estavam ficando populares e a mudança de nome os faria diferentes.
Na formação da banda no registro, constam Michael (de chapéu), Tito, Marlon (na frente), Jermaine e Jackie (Foto: Reprodução/ Gilles Petard/ Redferns)
Michael, ao lado de Jermaine, Tito, Jackie, Marlon e Randy, formou o Jackson 5, grupo de R&B e Soul. Chamado de ‘Little Michael’ por ter apenas seis anos e ser o mais jovem, Michael sempre se destacou pela sua voz afinada e sua naturalidade e criatividade para a dança. Aos oito anos, tornou-se o vocalista principal da banda. Após a saída de Jermaine e, posteriormente, de Michael, para seguir carreira solo, o grupo desmantelou-se.
Carreira e legado de Michael Jackson
Ao participar do filme “The Wiz”, versão de “O Mágico de Oz” com atores negros, Michael conheceu o lendário produtor Quincy Jones, que produziu seu álbum de estreia “Off the Wall” (1979), que vendeu mais de 45 milhões de cópias e venceu um Grammy de melhor performance vocal masculina de R&B, com “Don’t Stop ‘til You Get Enough”. Os recursos audiovisuais dos clipes e a qualidade de seus singles não chegavam perto do que viria posteriormente, com “Thriller”, mas a frustração de Michael por ter ganho apenas um Grammy e não ter sido nomeado para outras categorias o fez garantir que seu próximo álbum seria diferente.
Não satisfeito com o desempenho de seu último álbum na premiação do Grammy Awards, Michael forçou-se a explorar o máximo que podia de seu potencial artístico e criou “Thriller” (1982), um dos álbuns mais icônicos de todos os tempos. O segundo álbum do artista tornou-se um marco na indústria da música com clipes, músicas e passos de dança memoráveis e revolucionários. Com a performance de “Billie Jean”, Michael foi o primeiro artista negro a aparecer na Music Television (MTV) – que estava em declínio financeiro – e, com “Thriller”, chegou a tocar mais de dez vezes por dia na emissora.
O álbum vendeu, ao todo, 100 milhões de cópias e Michael Jackson é, até hoje, o maior vencedor da história do Grammy Awards em uma noite, com oito prêmios, que incluem “Álbum do ano”, “Gravação do ano”, “Canção de R&B do ano”, “Melhor performance vocal masculina de R&B”, “Melhor performance vocal masculina de Pop”, “Melhor performance vocal masculina de Rock”, “Melhor produtor não clássico” e “Álbum para crianças” – dessas vez em álbum para o filme E.T. Também venceu a categoria de “Melhor Clipe” com “Thriller”, mas na edição seguinte da premiação, em 1985.
Capa do álbum ‘Thriller’ com 100 milhões de cópias vendidas. (Reprodução/ Site Oficial/ Michael Jackson)
O cantor, que sempre teve caráter filantrópico, liderou uma campanha que reuniu 40 artistas ao produzir o projeto “We are the World”. O projeto contou com a produção de Quincy Jones em música escrita por Michael Jackson com Lionel Ritchie e reuniu artistas como Stevie Wonder, Billy Joel, Cyndi Lauper, Bruce Springsteen e Tina Turner. A iniciativa “We are the World” é um dos principais e mais bem sucedidos atos musicais voltados à filantropia, ao arrecadar US$100 milhões e ser premiada com um Grammy de “Música do Ano”.
Em 1987, o Jackson lançou “Bad”, seu terceiro álbum de estúdio e manteve o investimento no audiovisual em clipes coreógrafos como “Bad” e “Smooth Criminal”, clipe no qual ele inova com o passo em que ele inclina seu corpo a 45° à frente. O disco vendeu 25 milhões de cópias e recebeu quatro indicações para o Grammy, porém, saiu vencedor apenas na categoria “Engenharia de som”. Naquela noite frustrante para o astro, ele roubou a cena com uma performance arrebatadora, ao ser levado pela energia, o que deixou todos atordoados com seu talento e improviso.
Na premiação “The Soul Train Heritage”, em 1989, a estrela de Hollywood e uma das melhores amigas de Michael, a atriz Elizabeth Taylor, entregou o prêmio chamando-o de ‘Rei do pop’, apelido que lhe é atribuído até hoje.
Em 1991, foi lançado o seu quarto álbum “Dangerous”, que contém as faixas “Black or White” que conta com o ator mirim Mackaulay Culkin e promove a integração racial, “Jam”, com participação de Michael Jordan no clipe e “Remember the Time”. O álbum vendeu 29 milhões de cópias.
Em 1993, sua icônica performance no “Super Bowl”, final da NFL, liga nacional de futebol americano, o astro transformou o evento no intervalo em uma tendência seguida até hoje.
Em 1995, lançou seu quinto álbum, “HIStory: Past, Present and Future, Book 1”, com a faixa “They Don’t Care About Us”, na qual o artista veio para o Brasil gravar seu clipe na Bahia.
Publicação do Instagram oficial de Michael comemorando a marca de 1 bilhão de visualizações em ‘They Don’t Care about Us’ (Foto: reprodução/ Instagram/ @michaeljackson)
A década de 90 foi agitada para Michael na vida pessoal. Em 1994, se casou com a filha de Elvis Presley, Lisa Marie Presley, e dois anos depois casou-se novamente com Debbie Rowe, mãe de seus dois primeiros filhos, Prince e Paris. No ano anterior, foi falsamente acusado de assédio sexual a uma criança de 13 anos, que anos depois descobriu ser motivada por ciúmes e extorsão por parte do pai. Outras 30 crianças do rancho de Neverland – onde abrigava crianças carentes e doentes – afirmam nunca ter sido violentadas por Michael.
Esse tópico ainda assombraria a vida do astro por alguns anos, principalmente após a traição de sua irmã, LaToya Jackson, que revelaria informações que o incriminariam em troca de US$ 500 mil. Posteriormente, ela alegaria ter se pronunciado por ameaças de seu marido.
Após hiato, Michael lançaria em 2001 seu último álbum antes de sua morte, “Invincible”, porém, não obteve marcos comerciais e em premiações expressivos correspondentes à carreira do cantor.
Anúncio do fim da carreira e morte
Em 2009, Michael anunciou que faria sua última turnê, “This is It” (“É isso”, em português), e marcaria o encerramento de sua carreira. A turnê começaria em 13 de julho, no Reino Unido, com previsão de término para março de 2010.
No entanto, a morte do cantor em 25 de junho, 18 dias antes do começo da turnê acabou com a chance dos fãs de verem Michael performar ao vivo pela última vez. O cantor sofreu um ataque cardíaco causado por overdose de propofol, um remédio anestésico que foi prescrito para ajudá-lo com a insônia, porém a mistura com outros medicamentos que não vinham fazendo efeito levaram à sua morte.
Em 2014, a última obra, o álbum póstumo “Xscape”, que contém faixas arquivadas pelo artista. Michael também liderou de 2013 a 2020 o ranking da Forbes de pessoas que mais ganharam dinheiro nos respectivos anos depois de falecidas.
O aniversariante do dia, Michael Jackson, há 14 anos, deixou um legado artístico repleto de músicas icônicas, clipes e estética sonora revolucionários, danças que até hoje são imitadas e reproduzidas, mensagens que pregam valores humanos e um impacto que dificilmente será repetido ou igualado por outro artista. A transformação na indústria musical feita por Michael ficará marcada na história para sempre.
Foto destaque: Michael Jackson em performance da “Bad” Tour em Denver, Colorado, em 1988. Reprodução/ Instagram/ @michaeljackson