Agricultores gaúchos pensam em desistir de seus serviços após tragédia no RS

Julia Kobi Por Julia Kobi
3 min de leitura
Foto Destaque: Regiões agrícolas do RS foram uma das áreas mais afetadas pelas chuvas (Reprodução/Comunicação MPA)

As chuvas e enchentes na região do Rio Grande do Sul trouxeram diversas perdas em vários setores. Os agricultores foram um dos mais atingidos pela tragédia, com um impacto grande em suas atividades. Ainda não se sabe ao certo qual é a proporção dos danos causados pelas chuvas na agricultura e na pecuária. 

A região do Vale do Taquari é reconhecida pela vasta atividade de pecuária e agricultura, e foi afetada pelo alagamento das terras. De acordo com o Secretário de Agricultura de Cruzeiro do Sul, as atividades agrícolas do município representam uma porcentagem de 39%. 

Dificuldades para o cálculo dos impactos

Está sendo difícil calcular os impactos das chuvas na região agrícola. As áreas rurais estão em isolamento e o Jornal Nacional fez uma reportagem na região, tentando chegar no local onde ocorreram as chuvas. 

Na reportagem do Jornal da Tv Globo, a equipe chegou até o atoleiro, onde ficam as regiões das lavouras e conversou com o agricultor Evandro Dihl. De acordo com o trabalhador, ele não sabe se conseguirá salvar alguma coisa de sua plantação. Ele também diz que para colher suas produções, são necessários 2 a 3 dias secos. 

Evandro também lamenta por suas perdas em sua segunda área no Cruzeiro do Sul:”Nem as contas eu vou conseguir pagar. Não sei nem o que eu faço, se eu fico na roça ou se eu trabalho fora”.

Outras cidades atingidas na região

Diversas outras cidades da região do Rio Grande do Sul foram derrubadas pela tragédia. Lavouras foram arrastadas e rebanhos foram mortos pelas fortes chuvas. Os campos que antes eram produtivos, agora estão desertos e lamacentos. 


Imagem de uma região do RS alagada pelas tragédias das chuvas
Área agrícola alagada pelas tragédias das chuvas (Foto: reprodução/Agência Reuters/Diego Vara)

Em conversa do Jornal Nacional com Alcides de Melo, que é um produtor familiar, o agricultor diz que não sabe se voltará para casa:” A gente tem a possibilidade de vir para cidade e onde der para a gente comprar uma chacrinha amanhã ou depois, uma área verde, pertinho assim, fazer uma hortinha e terminar com esse assunto de está passando dificuldade em um lugar onde pega enchente, que não está seguro para nós”.

De acordo com Maurício Antonioli, extensionista rural da Emater, mais de 90% das famílias dos municípios de São Cruzeiro do Sul e do Vale são agricultores familiares. Ele também diz que ocorrerá o êxodo rural, ou seja, as famílias migrarão da área rural para a cidade em busca de novos empregos.

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