Conselheiros e aliados do ex-presidente, Donald Trump, o incentivaram a se concentrar fortemente na economia, criminalidade e inflação durante o debate desta quinta-feira (27), citando pesquisas que mostram sua vantagem nesses tópicos, conforme fontes disseram à CNN.
“Essas são questões que impactam as pessoas e precisam ser tratadas”, afirmou Jason Miller, conselheiro sênior de Trump, em uma chamada com repórteres na terça-feira (25), mencionando a inflação recorde recente, crimes cometidos por migrantes indocumentados e a gestão de Joe Biden na fronteira dos EUA com o México.
Alguns desses aliados também sugerem que Donald descreva o cenário internacional sobre Biden como caótico e se concentre na guerra de dois anos na Ucrânia e nos conflitos entre Israel e o Hamas, como exemplos.
“Isso não é mais teórico”, disse o deputado Mike Waltz, aliado de Trump, à CNN News Central, ao ser perguntado sobre o que espera ouvir do ex-presidente durante o debate. “A vida era assim sob a administração Trump – economicamente com a inflação, em relação à segurança na fronteira, em termos de criminalidade e do mundo… Basta olhar para o Oriente Médio… Veremos o contraste e ele ficará claro”.
Fontes próximas ao ex-presidente afirmaram que, embora Trump esteja ciente da importância do debate desta quinta-feira e da necessidade de passar uma mensagem clara, reconheceram sua tendência a divagar em discursos longos e fora do assunto, o que pode gerar consequências para serem administradas na manhã de sexta-feira (28).
Os conselheiros do mesmo, que revisaram os debates do ex-presidente com Biden em 2020, também sabem que sua abordagem agressiva no primeiro confronto desse ciclo pode ter afastado os espectadores. Naquele debate, O Republicado atacou repetidamente Biden e falou sobre ele, além de antagonizar os moderadores. Após o ocorrido, seus números nas pesquisas caíram logo.
O próprio Trump reconheceu isso em uma entrevista ao Washington Examiner, publicada na segunda-feira (23).
“Fui muito agressivo no primeiro”, disse Trump. “No segundo, eu estava diferente e fui muito bem. Foi um pouco injusto porque, no segundo, já havia muitos votos. Então provavelmente vou dar uma olhada na cena da época. É como uma luta. Depende de qual é a situação.”
Trump ao Washington Examiner
Os seus aliados também tentaram direcionar a narrativa em torno do debate, incentivando especulações sobre diversos assuntos, em um esforço que alguns próximos ao ex-presidente descreveram como tentativas de desviar a atenção e se antecipar a discussões desfavoráveis envolvendo Donald Trump.
Entre os tópicos discutidos está a possibilidade do candidato à presidência adiantar seu cronograma e anunciar seu companheiro de chapa antes ou durante a Convenção Nacional Republicana no próximo mês, ou mesmo já nesta semana.
Vários conselheiros seniores informaram à CNN que não há planos formais para o ex-presidente fazer tal anúncio esta semana; o gerente de campanha, Chris LaCivita, desmentiu um rumor sobre isso. No entanto, eles reiteraram que Trump pode mudar de ideia e fazer o anúncio durante o debate ou em seu comício na Virgínia no dia seguinte.
Expectativas da possível eleição de Donald Trump
Os aliados de Trump têm trabalhado para moldar a narrativa do debate, promovendo especulações sobre vários tópicos para desviar a atenção de questões desfavoráveis ao ex-presidente. Há conversas sobre ele ter que antecipar o anúncio de seu companheiro de chapa, mas seus conselheiros dizem que não há planos formais para isso esta semana, embora ele possa mudar de ideia.
As discussões com conselheiros incluem como lidar com questões específicas como aborto e proteção da democracia, mas focam principalmente nos pontos fortes de Trump contra Biden, como economia e criminalidade. Apesar de minimizar a importância da preparação, Trump reconheceu a necessidade de se preparar para o debate, embora considere a preparação tediosa.
A Assessoria de Trump espera que ele se concentre nas mensagens principais, mesmo sem uma plateia para reagir, o que pode ajudá-lo a manter o foco. Regras que silenciam os microfones podem evitar confrontos como os de 2020. A equipe tentou gerenciar as expectativas, retratando Biden como um oponente forte e criticando o formato do debate e a mídia, preparando uma justificativa caso Trump não se saia bem.
A estratégia de elevação das expectativas para Biden surgiu após a descoberta de que ele estava se preparando intensamente. Substitutos de Trump, como JD Vance e Doug Burgum, ajudaram a reforçar essa narrativa, enquanto Donald, embora frequentemente crítico de Biden, admitiu a possibilidade de que ele seja um debatedor competente.
Estratégia de Trump para enfraquecer Biden
Se Biden continuar com sua estratégia de contraste, Trump pode enfraquecê-la ao mostrar moderação e apresentar planos sólidos para os eleitores preocupados com suas finanças. Karl Rove sugeriu que Trump deve evitar parecer desequilibrado ou mencionar fraudes eleitorais, embora ele raramente siga esse conselho.
Apoiadores como Kristi Noem aconselham Trump a destacar os benefícios de suas políticas econômicas anteriores. Apesar de Trump não gostar de debates formais, ele participou de sessões de política, mas muitas vezes desvia do roteiro ao vivo.
O debate de quinta-feira pode favorecer Trump devido a microfones silenciados e à ausência de público ao vivo. Trump enfrentará Biden, a quem ele culpa por uma suposta perseguição. Sua equipe tem alternado entre retratar Biden como senil e como um hábil argumentador. Jason Miller afirmou que Biden estará bem preparado devido à sua vasta experiência.
Democratas, como Elizabeth Warren, esperam que Biden esteja à altura do desafio e destacam sua defesa das liberdades das mulheres e das famílias trabalhadoras, enquanto criticam Trump por favorecer doadores ricos e reduzir regulamentações.