Alianças entre rivais dos EUA estão na pauta de Biden e Trump

O documento traz recomendações de como enfrentar crises simultâneas envolvendo adversários estratégicos, e a crescente cooperação entre potências rivais dos EUA

Guilherme Ferreira Por Guilherme Ferreira
4 min de leitura
Foto destaque: Joe Biden, atual presidente dos EUA (Reprodução/Samuel Corum/AFP/Gazeta do Povo)

Nesta quarta-feira (11), a Casa Branca informou que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou um memorando confidencial de segurança naciona,l detalhando o caráter ascendente da cooperação entre os principais rivais do país, como Rússia, Coreia do Norte, Irã e China. O documento, concluído antes da vitória de Donald Trump à presidência, foi elaborado como um guia estratégico para auxiliar a próxima administração no enfrentamento desses desafios internacionais.

Desenvolvido entre julho e setembro, por funcionários da administração Biden, o memorando serve como um guia de auxílio governamental para a estruturação de uma abordagem a respeito dos estreitamentos de relações entre os principais adversários dos Estados Unidos.

Recomendações principais do documento

O documento traz em sua estrutura quatro principais recomendações, segundo a agência de notícias, Associated Press: o aprimoramento da cooperação entre agências governamentais dos EUA, a aceleração do compartilhamento de informações com aliados sobre os adversários, a calibragem do uso de sanções econômicas e o fortalecimento em preparação para crises simultâneas.

Autoridades também ressaltaram, segundo a Associated Press, que o texto manterá a confidencialidade, não sendo divulgado publicamente devido à sensibilidade de suas conclusões.

Monitoramento da aliança

O estreitamento das relações entre os quatro países vem sendo monitorado há anos, intensificando-se após a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 2022. Nesse contexto, a Rússia buscou apoio militar do Irã, recebendo drones e mísseis; e da Coreia do Norte, que forneceu armamento bélico e tropas, além de auxiliar a repressão das forças ucranianas na região de Kursk, ocupada pela contraofensiva ucraniana.


Ataque russo em território ucraniano (Foto: reprodução/NurPhoto/Getty Images Embed)


Em troca, a Rússia tem contribuído com tecnologia militar e aeronaves para o Irã, enquanto fortalece suas trocas técnico-militares com a China e abastece financeiramente a expansão bélica da Coreia do Norte, considerada com um “estado nuclear”.

Além disso, Rússia e China têm feito um trabalho de patrulha conjunta em regiões estratégicas, como o Ártico. Essas alianças representam desafios significativos para a política externa e a segurança dos EUA, exigindo do governo uma abordagem coordenada e eficaz.

Junção Biden x Trump

Apesar das diferenças políticas, as administrações Biden e Trump estão alinhadas na transição de informações sobre segurança nacional. Segundo fontes do governo, o objetivo do documento é fortalecer as capacidades estratégicas do próximo governo, sem impor diretrizes específicas, mas oferecendo uma base sólida para decisões futuras.

Os funcionários ouvidos pela Associated Press afirmaram que o memorando aprovado por Biden “não está tentando prender (a administração Trump) ou incliná-los para uma opção de política ou outra”.


Biden durante evento na Casa Branca (Foto: reprodução/Samuel Corum/Getty Images Embed)


A crescente cooperação entre os principais adversários dos EUA reflete uma nova dinâmica no cenário global, exigindo ações estratégicas para mitigar os riscos dessas alianças.

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