Segundo entrevista que foi ao ar no Fantástico deste domingo (6), a ministra da Igualdade Racial Anielle Franco prestou depoimento à Polícia Federal esta semana, falando sobre a sua denúncia de importunação sexual que levou à demissão de Silvio Almeida, o ex-ministro dos Direitos Humanos. Anielle relatou sobre os episódios vividos, e explicou o porquê demorou para levar o caso a público, além de refletir sobre a violência que atinge até mesmo mulheres em posições de poder.
Relatos de Anielle
Na entrevista exclusiva dada ao fantástico, a ministra Anielle franco, começou dizendo que nenhuma situação de violência é fácil de ser vivida, ela disse que a primeiro momento optou pelo silêncio, já que exposição de forma indevida poderia causar situações piores, além de citar que existiram fases onde se sentia culpada, insegura e vulnerável, por isso decidiu que falaria primeiro nas instâncias devidas. Ela ainda relatou que o fato de ter ido depor sobre o caso, há vez ter lembranças do passado, já que a única vez que tinha passado por esse processo foi durante a morte de sua irmã Marielle Franco.
Entrevista de Anielle ao Fantástico (Vídeo: reprodução/Instagram/@showdavida)
Anielle então continuou falando sobre como foi desconfortante está na posição de depor, já que se tratava de uma forma de violência. Ela disse que ainda assim precisou refletir, pensar, viver tudo o que tinha acontecido de novo, mas sabia que não era só por ela, como vítima, mas também pelo seu trabalho como ministra para então conseguir inspirar e cuidar de outras mulheres.
Respondendo sobre como era a relação com o então ex- ministro Silvio Almeida, Anielle disse que nunca foi próxima de Silvio antes de começar a trabalhar no mesmo governo que ele, ela também relatou que não existia nenhum tipo de intimidade para que eles: “Existe uma coisa na sociedade que a gente precisa diferenciar: o que é se aproximar ou cantar uma pessoa com respeito, e o que é violentar, importunar e assediar uma pessoa. É bem diferente isso. A gente precisa parar de normalizar quando uma mulher fala que passou por alguma coisa desse tipo e ter que ouvir falas do tipo: ‘Ah, mas ela não deu condição? Ah, mas será que… ’. Será nada. A vítima é a vítima. A palavra da mulher precisa valer” falou a ministra da Igualdade Racial.
Anielle continuou relatando sobre o caso, dizendo que é notável sentir quando existe algo errado em relação ao comportamento de forma desrespeitosa das pessoas, afirmando que existiam atitudes e momentos que Silvio Almeida demostrava intenções maldosas em relação a sua pessoa. A ministra também falou sobre o tempo que vinha sofrendo as importunações, afirmando que tudo durou por cerca de um ano, começando por falas e cantadas mal postas, até que as atitudes foram se estendendo a desrespeito a qual ela não esperava.
Ex-Ministro nega acusações
Assim que a denúncia contra Silvio almeida foi a público, ele utilizou o site do Ministério dos Direitos Humanos publicando uma nota, ele também postou um vídeo em suas redes sociais negando por completo as acusações.
Silvio relatou que em primeiro lugar ele repudia as mentiras e falsidade contra a sua pessoa, além das acusações, afirmou ainda que toda denúncia deve ter materialidade e que é preciso saber o que de fato aconteceu e não apenas acreditar em denúncias anônimas.