Seis anos após o trágico falecimento de Marielle Franco e Anderson Gomes, a Anistia Internacional lançará um documento intitulado “Cartas na Mesa”, listando os principais erros cometidos pelas autoridades brasileiras durante as investigações do crime.
Sobre o documento
A organização destaca seis pontos críticos, incluindo a morosidade na solução do caso, o controle insuficiente de armas e munições de uso exclusivo do Estado, denúncias de interferências prejudiciais nas investigações, as constantes trocas de autoridades responsáveis pelo caso, falhas na garantia do direito à participação dos familiares das vítimas e deficiências na proteção de defensores de direitos humanos.
O documento não só aponta os erros, mas também propõe seis medidas para prevenir a ocorrência de casos semelhantes no futuro. Entre essas medidas, destacam-se iniciativas para agilizar a resolução de crimes, fortalecer o controle de armas e munições, garantir a independência das investigações, estabelecer protocolos claros para a participação das famílias das vítimas e reforçar a proteção dos defensores de direitos humanos.
A divulgação deste documento ocorrerá em meio a uma série de ações planejadas para esta quinta-feira, dia 14 de março, em memória de Marielle Franco e Anderson Gomes, destacando a persistência na busca por justiça e o compromisso com a defesa dos direitos humanos no Brasil.
Relembre o caso
Marielle era uma vereadora do Rio de Janeiro, conhecida pela luta dos direitos humanos das mulheres, da comunidade LGBTQ+, dos moradores de favelas e contra a violência policial, e no dia 14 de março de 2018, Marielle e seu motorista, Anderson Gomes, foram brutalmente assassinados a tiros no Rio de Janeiro.
O crime gerou uma comoção dentro e fora do pais, levando pedidos por justiça e uma série de investigações sobre o caso. No entanto, até o momento, os responsáveis pelo crime não foram identificados e punidos.
O caso se tornou um símbolo de luta contra a violência, a impunidade e a defesa dos direitos humanos no Brasil, inspirando movimentos sociais e organizações de todo mundo a pressionar por justiça. Organizações não governamentais, assim como a Anistia Internacional têm desempenhado um papel fundamental ao exigir uma investigação completa e mais transparente sobre o caso.