Uma milícia xiita do Iraque, que tem apoio do Irã, avisou nesta quinta-feira (19), que pode atacar bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, caso governo americano intervenha no atual conflito entre Israel e Irã.
O porta-voz da milícia, Al-Askari, também ameaçou bloquear rotas estratégicas, como o Estreito de Ormuz e a passagem Bab-el-Mandeb, que conecta o Mar Vermelho. Ele ainda alertou sobre possíveis ataques a aviões americanos e a paralisação dos portos de petróleo na região.
Exército xiita e mapa com bases militares americanas (Foto: reprodução/X/@MaxWill83744534)
Denúncia dos americanos
Em janeiro de 2024, os EUA acusaram o grupo Kataib Hezbollah de estar por trás de um ataque com drone que matou três soldados americanos e deixou mais de 30 feridos em uma base próxima à fronteira da Jordânia com a Síria, chamada Torre 22.
A Resistência Islâmica no Iraque, formada por várias milícias ligadas ao Irã, incluindo o Kataib Hezbollah, disse ter realizado ataques contra alvos na fronteira entre Jordânia e Síria. Entre eles estaria o campo de Al-Rukban, perto da base americana atingida.
O presidente Donald Trump declarou que dará um prazo de duas semanas para tentar resolver a situação por meio da diplomacia antes de decidir sobre um possível ataque ao Irã.
Alocação dos EUA no Oriente Médio
Os EUA mantêm bases militares no Oriente Médio há décadas. A maior delas é a Base Aérea de Al Udeid, localizada no Catar e inaugurada em 1996.
Além do Catar, as tropas americanas estão presentes em outros países da região, como Barein, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos.
Atualmente, há cerca de 30 mil militares dos EUA distribuídos pelo Oriente Médio — número bem menor do que no auge das operações. Em 2011, havia mais de 100 mil no Afeganistão e, em 2007, mais de 160 mil no Iraque.
Hoje, cerca de 2 mil soldados americanos ainda estão na Síria, concentrados em pequenas bases no nordeste do país. No Iraque, aproximadamente 2.500 militares continuam estacionados.