Na última quinta-feira (22), os moradores da cidade de Juazeiro, na Bahia, encaminharam um pedido à prefeitura para que a estátua de Daniel Alves seja retirada da cidade. Isso ocorre após o lateral brasileiro ter sido condenado pela Justiça da Espanha a quatro anos e meio de prisão por agressão sexual.
A estátua em questão, localizada na praça do Vaporzinho, foi inaugurada na cidade natal do jogador em 2020. É uma obra do artista plástico Leo Santana, e já foi vandalizada pelos moradores da cidade duas vezes desde que o jogador foi preso em janeiro de 2023.
Quando questionada sobre o destino da estátua, a assessoria da prefeita Suzana Alexandre de Carvalho Ramos apenas disse que “no atual momento, esse assunto não está em pauta, portanto não estamos avaliando o tema”, dando a entender que a homenagem deve permanecer em Juazeiro pelo momento enquanto a prefeitura lida com demandas mais urgentes.
Opiniões
O ex-prefeito, Paulo Bomfim, em cuja gestão a estátua foi inaugurada, disse que “se a atual administração achar que deve retirar, que faça”, alegando que na época da homenagem Daniel Alves ainda não era acusado de crimes.
Uma moradora, Érika Ribeiro, poeta premiada e professora de Língua Portuguesa em escola pública de Juazeiro, já afirmou que manter a estátua de um indivíduo condenado por crime sexual seria “uma declaração de apoio à conduta do agressor”.
“A gente não aceita,” concordou a ativista Maria Quitéria Lima, presidente da União Brasileira das Mulheres em Juazeiro, relembrando que é um procedimento crescentemente comum na atualidade, com a retirada de nomes de criminosos e torturadores da ditadura militar de ruas e praças.
Vandalismo
Quando procurados, os vereadores de Juazeiro, Mitu e Anderson, confirmaram que não houve discussão na Câmara sobre qualquer possível alteração na estátua de bronze, que custou R$ 150 mil para ser fabricada. Hoje ela ainda permanece na praça próxima da de João Gilberto, também feita por Leo Santana.
Os dois casos de vandalismo na estátua de Daniel Alves ocorreram em 8 de março (Dia Internacional da Mulher) e 7 de setembro (Dia da Independência do Brasil), com um saco plástico de lixo afixado em sua cabeça com fita adesiva.