A morte de corais desencadeia em problemas que impactam a pesca e o turismo. Além disso, existem maiores riscos de tempestades nas áreas costeiras. Esse fenômeno do branqueamento dos corais se dá principalmente pelos recordes de calor que estão tendo efeito devastador nos mares.
Recordes de calor
Nunca na história tantos corais perderam a cor devido ao aquecimento da água dos oceanos. Mais de 54 países no mundo inteiro têm corais passando pelo que a ciência chama de branqueamento severo. Os quatro primeiros meses de 2024 já estão se mostrando como o período mais quente para os oceanos de toda a história. E a previsão é de que continue esquentando nas próximas semanas.
No ano de 2023 já havíamos atingido o recorde de ano mais quente desde 1850, segundo o relatório do observatório europeu Copernicus. No mapa a seguir, é possível observar os detalhes. Onde está mais escuro, mais quente, e maior o impacto sobre os corais.
Branqueamento severo dos corais
Os corais existem há milhões de anos e já passaram por mudanças no clima. Porém, nunca na história elas foram tão rápidas e drásticas como a provocada por nós nos últimos anos e décadas. A primeira onda planetária de branqueamento foi há apenas 26 anos. E já estamos na quarta e mais grave. A maior rede de monitoramento do branqueamento de corais do planeta, que vai do Ceará até Santa Catarina, é o Instituto Coral Vivo. E dos vinte pontos monitorados pelo Instituto e parceiros, 17 já tem branqueamento, sendo 10 deles em situação muito grave.
Recife de corais saudáveis (Foto: reprodução/Getty images embed)
Os corais, junto com outros organismos, formam barreiras, que são os recifes. Eles têm estrutura de calcário, e vivem em parceria com microalgas, chamadas de zooxantelas. Abrigadas no coral, as algas se protegem, e em troca, além de dar cor, entregam o excesso de energia que produzem ao fazer fotossíntese.
Recife de corais após seu branqueamento severo (Foto: reprodução/Getty images embed)
Porém, quando a água fica muito quente e por muito tempo, as algas começam a produzir uma substância (semelhante a água oxigenada) que é tóxica para o coral. Devido a essa reação ao “estresse térmico” que passou, ele então expulsa seus hóspedes. E sem as algas, fica branco e não consegue se alimentar adequadamente.