A Argentina conta com a liderança de Javier Milei e se tornou o principal entrave nas negociações para a declaração final do G20. O governo argentino ameaça vetar pontos essenciais da agenda do evento, como a taxação dos super-ricos, a igualdade de gênero e questões ambientais.
O Brasil, estando na presidência do G20, tem como uma das prioridades a taxação dos super-ricos. Fernando Haddad, ministro da Fazenda, defende que se trata de uma medida essencial para fortalecer o ajuste fiscal. No entanto, a Argentina tem demonstrado resistência crescente nos últimos dias, coincidindo com a vitória de Donald Trump nas eleições dos Estados Unidos.
Aliança entre Milei e Trump
Após a vitória nas eleições dos EUA, Javier Milei foi o primeiro líder estrangeiro a se encontrar com Trump. O encontro aconteceu em um jantar de gala na Flórida, em Mar-a-Lago, que inclusive é propriedade do republicano. A relação entre os dois líderes reforça a guinada extremista da agenda internacional de Milei que também anunciou mudanças em sua equipe diplomática. Milei demitiu a chanceler Diana Mondino, colocando em seu lugar Gerardo Werthein, embaixador nos EUA.
Impacto no G20
A declaração final do G20 depende do consenso dos países- membros. Em outubro, os ministros da Fazenda e presidentes de bancos centrais haviam acordado em Washington, a importância de um sistema tributário que fosse mais justo, incluindo taxas para pessoas com patrimônio super alto, porém a resistência da Argentina ameaça desestabilização dessa unanimidade.
Além disso, Javier Milei mantém uma postura negacionista em relação às mudanças climáticas, retirando a delegação argentina da COP29. As ações do argentino reforçam seu posicionamento contrário às pautas progressistas, dificultando as negociações do G20 e colocando a Argentina em uma posição isolada no cenário internacional.