Ataques criminosos em meio à enchentes no Rio Grande do Sul

Ana Livia Menezes Por Ana Livia Menezes
4 min de leitura
Foto destaque: vista aérea mostrando equipes de resgate navegando de barco pelas ruas inundadas em Porto Alegre (Reprodução/Carlos FABAL/Getty Images Embed)

Enquanto o Rio Grande do Sul luta contra as enchentes, criminosos se aproveitam da tragédia para cometer ataques. Saques a lojas e residências, ameaças aos socorristas e até ataques a barcos de resgate foram relatados. A onda de crimes gera medo e insegurança na população já fragilizada pela tragédia.

Medo de ataques afasta voluntários

A Brigada Militar assume o patrulhamento ostensivo com o Batalhão de Operações Especiais (Bope) para coibir a ação de criminosos. A medida visa combater a onda de crimes que assola as áreas atingidas pelas inundações.

Relatos de saques em lojas e casas alagadas causam medo e atrapalham as ações de resgate noturnas por voluntários. A proliferação de crimes cria um clima de insegurança que impede a atuação dos voluntários dedicados a ajudar as vítimas das enchentes, dificultando ainda mais o processo de resgate e assistência.


Vista geral das casas afetadas pela enchente do rio Jacuí em Eldorado do Sul, em 3 de maio de 2024 (Foto: reprodução/Anselmo Cunha /Getty Images Embed)


Criminosos se aproveitam da tragédia

Canoas está em estado de alerta. Mais de dois terços do município está submerso, com mais de 15 mil desabrigados. O Comando de Policiamento Metropolitano (CPM) patrulha a área alagada com barcos. A patrulha com barcos pela área alagada é uma medida emergencial para garantir a segurança da população e coibir crimes.

Homens armados circulam em barcos e jet skis, ameaçando pessoas, assaltando comércios e saqueando casas. Oportunistas aproveitam a situação de vulnerabilidade da população para cometer crimes, gerando ainda mais sofrimento e caos nas áreas atingidas pelas inundações.

Medo de deixarem as suas casas

Diante do risco de perder tudo, muitos se recusam a deixar suas casas, mesmo sob risco de alagamento. Vigílias noturnas são organizadas para proteger contra saques e garantir a segurança de seus bens.

Relatos indicam que houve uma tentativa de invasão em um condomínio alagado no bairro São Geraldo, em Porto Alegre, acompanhada de tiros. Os moradores que decidiram permanecer no local se revezaram em rondas de vigilância durante a noite de domingo para desencorajar possíveis ataques.

Assim, o receio de perder seus pertences leva muitos moradores a permanecerem em suas casas alagadas, organizando vigílias para garantir sua segurança.

Falso resgate

Segundo informações da brigada militar relatadas à Rádio Gaúcha, criminosos em São Leopoldo estão explorando a tragédia das inundações para realizar ataques direcionados aos barcos de resgate. Eles solicitam socorro fingindo serem vítimas, mas ao embarcarem nos barcos de resgate, assumem o controle das embarcações. Em seguida, utilizam esses barcos para realizar ataques contra vítimas e residências.

De acordo com a prefeitura, a inundação do Rio dos Sinos afetou aproximadamente 180 mil dos 220 mil habitantes de São Leopoldo.

Lojas e casas são alvos de saqueadores nas áreas alagadas. A onda de crimes não poupa nem mesmo estabelecimentos de grande porte, como a loja de artigos esportivos da Arena do Grêmio, que se junta a uma lista cada vez maior de vítimas dos bandidos.

A água que expulsou moradores de suas casas, lojas e depósitos também facilitou a ação dos criminosos, que aproveitam a vulnerabilidade da população para cometer seus atos.

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