Na terça-feira, (13), Karl Nehammer, chanceler da Áustria, revelou um plano abrangente para intensificar as medidas antiterrorismo do país. A decisão veio após uma ameaça de ataque a um show de Taylor Swift, que estava programado para Viena, e que alarmou profundamente as autoridades austríacas.
Medidas Antiterrorismo Reforçadas
Nehammer divulgou suas propostas em uma mensagem no X, detalhando um novo pacote destinado a aumentar a eficácia das operações antiterrorismo. De acordo com informações da Kronen Zeitung, as medidas incluem um aprimoramento significativo na capacidade de monitoramento dos serviços de segurança, permitindo a análise de comunicações em plataformas como WhatsApp e Telegram. O objetivo é identificar e neutralizar potenciais ameaças antes que elas se concretizem.
O plano também prevê a modernização dos serviços de inteligência, com a adoção de tecnologias avançadas de vigilância e uma colaboração mais estreita, com parceiros internacionais. A Der Standard relatou que o governo austríaco está considerando a criação de uma nova unidade dedicada ao combate à radicalização online e ao recrutamento por grupos extremistas, além de fortalecer a resposta a ameaças emergentes.
Desafios e Controvérsias
Na sua busca pela reeleição, Nehammer destacou a necessidade de expandir os poderes das agências de segurança para decifrar mensagens criptografadas e rastrear atividades suspeitas. Segundo a ORF, pesquisas de opinião mostram que o principal rival do Partido Popular Austríaco (OVP), nas eleições parlamentares de 29 de setembro, é o Partido da Liberdade (FPO), de extrema-direita, que lidera as intenções de voto.
O FPO tem criticado duramente as políticas de segurança e imigração do governo, acusando-o de não tomar medidas suficientes contra o que considera a “islamização” da Áustria. Em resposta, Nehammer propôs um conjunto de medidas que será debatido em uma reunião do conselho de segurança nacional. A Die Presse informou que o pacote inclui novas regras para reuniões de grupos que ameaçam a democracia, iniciativas para desradicalizar indivíduos e a implementação de prisão preventiva para jovens envolvidos em crimes graves.
No entanto, a implementação dessas medidas enfrenta desafios consideráveis. As rígidas leis de proteção de dados pessoais na Áustria, mencionadas pela Wiener Zeitung, complicam a aplicação de políticas de monitoramento mais amplas. Além disso, as divergências com o Partido Verde, parceiro de coalizão, têm gerado tensões adicionais e dificultado a efetivação das novas políticas. O gabinete de Nehammer ainda não forneceu detalhes sobre como pretende abordar esses obstáculos.