Autoridades do Rio de Janeiro são acusadas de obstruir a Justiça em Caso Marielle

Pedro Ramos Por Pedro Ramos
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Suspeitos de encomendar a morte de Marielle Franco são detidos pela Polícia Federal. (Fotografia: Reprodução/Márcia Folleto/O GLOBO)

A investigação conduzida pela Polícia Federal (PF) sobre o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes revelou uma teia de corrupção e obstrução da justiça por parte de autoridades policiais. O relatório destaca que o delegado Rivaldo Barbosa, recentemente detido por suposto envolvimento nos homicídios, interferiu em casos ligados a bicheiros, recebendo pagamentos para evitar a resolução desses crimes.

No decorrer da intervenção na segurança pública do Rio de Janeiro em 2018, um documento foi elaborado mencionando as atividades de Rivaldo Barbosa e encaminhado aos generais encarregados da intervenção. Esse documento insinuou que a quantia de R$ 300 mil por caso poderia ser desembolsada para obstruir as investigações, além de pagamentos mensais regulares ao grupo implicado.

Acordos feitos com a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro

Há denúncias apontando para um acordo entre a Delegacia de Homicídios da Capital e a contravenção para encobrir os verdadeiros culpados dos homicídios relacionados à máfia dos jogos de azar. Testemunhos mencionam que a delegacia estava corrompida, desencorajando vítimas e familiares de buscar justiça.

Durante seu período na delegacia, Brenno Carnevalle, ex-membro da DHC, declarou que existiam indícios de corrupção, destacando que nenhum caso envolvendo bicheiros foi esclarecido entre 2016 e 2018.

Obstrução das investigações


Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes foram executados em março de 2018 (Foto: reprodução/Canal Brasil)

As investigações apontam que a obstrução visava proteger os criminosos e assegurar sua impunidade. Destacado no relatório da PF que justificou a prisão de Rivaldo e outros suspeitos está o envolvimento deles em crimes como organização criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, os quais supostamente foram conduzidos durante o período em que ele liderava a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC).

Testemunhos têm revelado um sistema de pagamentos mensais destinado a evitar investigações sobre assassinatos, nos quais eram regularmente pagos entre R$ 60 mil e R$ 80 mil, com valores adicionais em casos que deixassem rastros. Foram citados exemplos de homicídios não investigados adequadamente, incluindo figuras proeminentes como o presidente da Portela, Marcos Falcon.

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