No último domingo (30), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, declarou, em entrevista, que aumentará a pressão sobre o grupo palestino Hamas caso não libertem os reféns mantidos em Gaza. A declaração de Netanyahu ocorre após o Hamas aceitar uma proposta de cessar-fogo, mediada pelo Egito e pelo Catar, que garantiria a libertação de cinco reféns israelenses por semana.
No entanto, Benjamin Netanyahu, conjuntamente com o governo dos EUA, fez uma contraproposta para que o grupo palestino se desarme e deixe o território. Isso foi visto, segundo declarações de Sami Abu Zuhri, autoridade do grupo palestino, como uma “receita para uma escalada sem fim na região”.
Discurso de Benjamin Netanyahu (Vídeo: reprodução/Instagram/@b.netanyahu)
Ainda segundo outra autoridade do grupo Hamas, Khalil al-Hayya, “abaixar as armas” é algo que o grupo não fará e que a proposta de cessar-fogo aceita refere-se à libertação de reféns.
Contudo, Benjamin Netanyahu declarou que a pressão sobre o grupo é para garantir que os reféns israelenses voltem para casa. Também afirma que irá trabalhar para implementar o plano de saída voluntária de palestinos da Faixa de Gaza para outros países.
Ataques em Gaza
No dia 14 de março (2025), o grupo palestino Hamas havia informado sobre a proposta de cessar-fogo em Gaza, no qual seriam libertos cinco reféns israelenses-americanos. Entre eles, o soldado Edan Alexander.
Todavia, as negociações para a libertação não avançaram e, no dia 18 de março (2025), o exército israelense realizou ataques aéreos em Gaza, onde mais de 400 pessoas foram mortas e outras centenas ficaram feridas. No dia seguinte (19), os ataques continuaram por terra.
Desde então, Israel tem realizado várias incursões na Faixa de Gaza, principalmente nas cidades de Khan Younis, ao sul, e Rafah, a oeste.
Sobre os ataques, o primeiro-ministro de Israel informou estar conduzindo a libertação dos reféns “sob fogo, e, portanto, também é eficaz”. Em uma sequência de publicações nas redes sociais, Benjamin Netanyahu reforça que aumentará a pressão sobre o grupo palestino.
Entretanto, o Crescente Vermelho Palestino, uma organização humanitária que funciona como um “braço” da Cruz Vermelha no Oriente Médio, incluindo Gaza, tem utilizado suas redes sociais para denunciar que os ataques realizados por Israel estão matando médicos, funcionários das organizações humanitárias, além de mulheres e crianças.
Em uma de suas publicações, a organização relembra que ataques contra equipes médicas violam o direito internacional humanitário e as Convenções de Genebra. Na data de ontem (30), a própria Cruz Vermelha publicou uma homenagem aos médicos mortos pelos ataques do exército israelense.
Resposta do grupo Hamas
Em resposta à ofensiva de Netanyahu a Gaza, o grupo palestino, por meio de comunicado, alertou que “toda vez que Israel tenta recuperar seus reféns à força, acaba trazendo-os em caixões”.
Para o grupo Hamas, Israel deve implementar a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que envolve a retirada das tropas israelenses do território de Gaza e a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos.