As bolsas de valores da Ásia iniciaram essa segunda (7) em forte queda, em reposta ao temor crescente de uma recessão global provocada pela escalada da guerra comercial liderada pelos Estados Unidos. O pânico nos mercados foi impulsionado pela entrada em vigor, no último sábado (5), de um imposto universal de 10% sobre as importações americanas, anunciado pelo presidente Trump.
A tensão aumentou com a confirmação de que, nesta quarta-feira (9), haverá novas elevações nas tarifas: 20% sobre as importações dos países da União Europeia e 34% sobre produtos chineses.
Hong Kong lidera perdas e governo chinês sinaliza reação
Como resultado, foi registrada a maior queda na bolsa de Hong Kong, que recuou 13%, marcando o seu pior desempenho desde a crise financeira asiática, em outubro de 1997. Outras praças também fecharam no vermelho: taipei caiu 9,7%, Tóquio recuou quase 8%, Xangai teve baixa de 7%, enquanto Singapura, Seul, Manila e Mumbai amargaram perdas entre 4% e 8%.
Post no perfil oficial do presidente com tarifas descritas (Foto: Reprodução/Instagram/Potus)
Entre os setores afetados estão tecnologias, indústria automotiva, bancos, empresas de energia, que lideram a onda de liquidação nas bolsas da região.
Diante desse cenário, o governo chinês prometeu “esforços extraordinários” para mitigar os impactos das tarifas impostas por Washington. Segundo o “Diário do Povo”, jornal oficial do Partido Comunista da China, o banco central da China (PBoC) está pronto para cortar as taxas de juros “a qualquer momento”, caso a situação piore.
Pequim busca manter diálogo com empresas americanas
Em um movimento paralelo, o Ministério do Comércio da China informou que realizou, no domingo (6), uma reunião com executivos de empresas dos Estados Unidos, entre elas Tesla, GE Healthcare e Medtronic. E declarou que continuará oferecendo suporte a companhias estrangeiras que atuam no país, inclusive as americanas.
Por fim, com os mercados em alerta e os governos mobilizados, analistas temem que a disputa tarifária evolua para um confronto prolongado, com efeitos profundos sobre o comércio internacional e o crescimento global.