‘Bomba inteligente’: Descubra a arma utilizada por Israel para destruir um edifício em Beirute

Edifício colapsa completamente em um instante após ser atingido por uma bomba

Helene Ferreira Por Helene Ferreira
3 min de leitura
Foto destaque: bombardeio noturno, fronteira Israel-Líbano (Reprodução/ Yaniv Ben Simon - Photography & Design/ Getty Images Embed)

O ataque aéreo aconteceu 40 minutos após Israel avisar os moradores para evacuarem dois edifícios na região. Uma análise detalhada feita por pesquisadores de armas independentes afirma que a arma era uma bomba guiada, conhecida como bomba inteligente. Momentos antes do ataque destruir o prédio, dois ataques menores foram registrados.

A inteligência por trás da bomba

Produzidos pela Rafael Advanced Defense Systems, de propriedade do governo israelense, os sistemas de orientação “Spice”, são fixados a uma bomba não guiada para direcionar a arma ao seu alvo. A Rafael Advanced Defense Systems afirma que essa especificidade os torna capazes de operar independente de adversidades climáticas, de iluminação, além de áreas bloqueadas por GPS, com “alta letalidade e baixo dano colateral” e “precisão de acerto certeira”. 

A empresa Rafael firmou, em 2019, uma parceria com a Lockheed Martin, uma contratada de defesa dos EUA, para construir uma colaboração na produção e venda de kits de orientação Spice nos Estados Unidos. Naquele período, foi divulgado que mais de 60% da produção do sistema Spice estava distribuída por oito estados norte-americanos.


Prédios destruídos na cidade de Beirute, Líbano (Foto: reprodução/Hans Neleman/Getty Images Embed)


Ruptura com os EUA


Os EUA suspenderam o envio dessas bombas poderosas para Israel por preocupações relacionadas a vítimas civis, embora se considere que Israel ainda possua estoques disponíveis.
A preocupação dos EUA em interromper os embarques de bombas poderosas para Israel está ligada ao risco de aumento de vítimas civis nos conflitos da região, especialmente considerando as tensões com o Líbano. Historicamente, as operações militares de Israel, tanto em Gaza quanto no Líbano, têm gerado preocupação internacional devido ao impacto sobre populações civis e à possibilidade de causar danos colaterais significativos em áreas densamente povoadas.

No caso do Líbano, onde o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, é um ator importante, o uso de armamento pesado por Israel pode desencadear confrontos de larga escala.

Dessa forma, a decisão dos EUA reflete uma tentativa de moderar o uso de força por Israel para evitar uma escalada de violência na região e minimizar o impacto sobre civis, o que também busca manter um equilíbrio diplomático delicado no Oriente Médio.

Comunicóloga, jornalista e estudante de Letras.
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