Brasil apoia ação na ONU contra Israel por genocídio
Em 23 de julho de 2025, em Brasília, o governo brasileiro anunciou formalmente sua adesão à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino. A decisão foi motivada pelas contínuas violações de direitos humanos observadas pelo Itamaraty nas regiões […]
Em 23 de julho de 2025, em Brasília, o governo brasileiro anunciou formalmente sua adesão à ação movida pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), da ONU, que acusa Israel de cometer genocídio contra o povo palestino. A decisão foi motivada pelas contínuas violações de direitos humanos observadas pelo Itamaraty nas regiões da Faixa de Gaza e da Cisjordânia, no contexto do conflito iniciado em outubro de 2023. O posicionamento, que faz parte da atual política externa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foi divulgado em nota oficial e reafirmado pelo chanceler Mauro Vieira, durante reunião do Brics e em declarações à imprensa internacional.
Conflito em Gaza e críticas à atuação israelense
A decisão brasileira foi tomada após sucessivas denúncias de massacres contra civis, destruição de infraestrutura civil, ataques a locais religiosos e uso da fome como arma de guerra por parte de Israel. Segundo o Itamaraty, os episódios violam normas do Direito Internacional e da Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, adotada em 1948 pela ONU.
Além da adesão formal à ação liderada pela África do Sul, o governo brasileiro voltou a condenar publicamente as ações militares de Israel na região, classificando-as como “carnificina” e “genocídio”, conforme declarou o chanceler Mauro Vieira. Em diversas ocasiões, tanto o ministro quanto o presidente Lula vêm exigindo um cessar-fogo imediato e o envio ininterrupto de ajuda humanitária à população Palestina.
Reações e repercussões diplomáticas
A decisão foi criticada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib), que afirmou que o governo Lula abandonou a tradicional neutralidade da política externa brasileira. Em nota, a entidade acusou o Itamaraty de adotar “falsas narrativas” e afirmou que responsabilizar Israel pelas mortes em Gaza é uma distorção dos fatos. A Conib também argumentou que a acusação de genocídio é “falsa e perversa” e desrespeita a memória do Holocausto.

Segundo a organização, o Hamas, apontado por diversos países como grupo terrorista, iniciou o conflito ao atacar Israel em outubro de 2023 e utiliza civis como escudos humanos, agravando a crise. Para a Conib, qualquer ruptura no relacionamento histórico entre Brasil e Israel é equivocada e não representa a vontade da maioria dos brasileiros.
Ainda segundo o Itamaraty, a adesão à ação internacional é necessária para combater a impunidade e reafirmar o compromisso do Brasil com o multilateralismo e o respeito ao direito internacional humanitário.
Ajuda humanitária e impasse político no Conselho de Segurança
Mais de 100 organizações humanitárias já alertaram sobre o risco iminente de fome generalizada em Gaza. O Itamaraty também lamentou a paralisia do Conselho de Segurança da ONU, devido ao poder de veto dos membros permanentes. “A comunidade internacional não pode assistir inerte à destruição de vidas civis”, declarou Vieira. Enquanto isso, cresce a pressão para que soluções diplomáticas e jurídicas tragam respostas concretas à população Palestina.
