O Ministério das Relações Exteriores do Brasil, por meio do Itamaraty, emitiu uma nota oficial no último sábado (6), condenando veementemente a invasão da embaixada mexicana em Quito pelo governo equatoriano. A ação, realizada na noite anterior, foi considerada uma clara violação da Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
A invasão ocorreu com o objetivo de prender Jorge Glas, ex-vice-presidente do Equador condenado por corrupção e que havia recebido asilo político do México. As forças policiais equatorianas adentraram à embaixada sem autorização, desrespeitando a inviolabilidade dos locais diplomáticos, como estabelecido pelas normas internacionais.
Repúdio
Além do Brasil, diversos outros países sul-americanos também manifestaram repúdio à ação equatoriana. Argentina, Uruguai, Chile, Colômbia e Peru também expressaram sua condenação à invasão da embaixada mexicana.
O presidente Lula manifestou sua firmeza ao presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, ao repostar no Twitter a nota do Itamaraty. “Todo o meu apoio ao presidente e amigo […]”, afirmou o presidente brasileiro em respaldo à posição do México diante da invasão da embaixada em Quito pelo Equador.
Segundo a Convenção de Viena sobre as Relações Diplomáticas, os locais de missões diplomáticas são considerados invioláveis, sendo necessária autorização do chefe da missão estrangeira para qualquer entrada de agentes estatais.
Motivo da invasão
A invasão da embaixada mexicana pelo Equador ocorreu devido à busca pela prisão de Jorge Glas, ex-vice-presidente equatoriano condenado por corrupção e refugiado na embaixada desde 2023.
Jorge Glas foi condenado a seis anos de prisão em 2017 por envolvimento em um escândalo com a construtora Odebrecht. O governo equatoriano justificou a invasão como uma medida para garantir que o ex-vice-presidente não ficasse impune.
Apesar das justificativas apresentadas pelo governo equatoriano, a comunidade internacional criticou amplamente a invasão da embaixada mexicana, considerando-a uma violação flagrante do direito internacional e das normas diplomáticas.