Brasileiro acusado de integrar grupo terrorista é condenado a prisão

O homem é acusado de integrar o Hezbollah e de planejar ataques terroristas no Brasil

Ana Carolina Piragibe Por Ana Carolina Piragibe
3 min de leitura
Lucas Passos, acusado de envolvimento com Hezbollah. (Reprodução/Tv GloboFantástico)

O brasileiro Lucas Passos Lima, que enfrenta acusações de envolvimento com o grupo terrorista Hezbollah, recebeu uma sentença de mais de 16 anos de prisão pela Justiça de Minas Gerais por atividades relacionadas ao terrorismo. De acordo com informações fornecidas pelo Ministério Público Federal (MPF), Lucas teria sido recrutado para promover ataques direcionados à comunidade judaica localizada no Distrito Federal, o que demonstra a gravidade de suas ações e a ameaça representada por seu envolvimento em atividades extremistas.

Lucas Passos Lima foi preso em novembro de 2023 no Aeroporto de Guarulhos ao voltar do Líbano, durante a operação Trapiche da Polícia Federal, que visa desmantelar células terroristas no Brasil. Ele e outros três brasileiros foram recrutados por Mohamad Khir Abdulmajid, um sírio naturalizado brasileiro vinculado ao Hezbollah desde 2016. A operação também busca capturar Mohamad, que está foragido. Esse caso destaca a crescente preocupação com a influência do terrorismo no Brasil e a necessidade de vigilância das autoridades.

Atos terroristas

Entre novembro de 2022 e abril de 2023, Lucas Passos Lima se juntou à organização terrorista e participou ativamente de suas atividades. Após duas viagens ao Líbano, financiadas por Abdulmajid, ele iniciou ações preparatórias para atos terroristas direcionados à comunidade judaica, particularmente em Brasília (DF).

Lucas investigou sinagogas, cemitérios e embaixadas israelenses, coletando informações sobre líderes religiosos judeus e buscando rotas de saída do Brasil sem controle migratório. Ele tentou cooptar um piloto para missões de uma organização criminosa e tinha vídeos relevantes em seu celular exibidos no programa Fantástico. De acordo com o MPF, ele se envolveu em planejamentos relacionados ao conflito entre Israel e o Hamas, fez treinamentos de tiro e adquiriu equipamentos de espionagem não rastreáveis. Abdulmajid, embora denunciado, teve seu processo desmembrado por estar foragido e ser procurado pela Interpol.



Imagem de Lucas Passos e Jean Carlos de Souza, em audiência. (Reprodução\estadão.com.br\Justiça Federal)

Prisão

“Diante do acervo probatório constante dos autos, em especial as provas cautelares e não repetíveis, oriundas do afastamento do sigilo telefônico e telemático dos investigados, ficou comprovado que Lucas integrou organização terrorista”, afirmou a sentença.

A Justiça estabeleceu uma pena de 16 anos, seis meses e 22 dias de reclusão, fundamentada na Lei Antiterrorismo.

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