Campanha sobre os malefícios do cigarro eletrônico ilumina o Cristo Redentor

Mari Aldemira Por Mari Aldemira
4 min de leitura
Foto destaque: Cristo redentor (reprodução/site/Gov Br/Álisson Pinheiro/MS)

No último domingo (10) o monumento do Cristo Redentor na cidade do Rio de Janeiro ganhou uma iluminação verde especial. O motivo da ação foi a campanha contra o uso dos cigarros eletrônicos, os famosos pods ou vapes. A iniciativa veio da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), juntamente com o Santuário Arquidiocesano Cristo Redentor. Segundo a SBPT, o alerta tem como objetivo conscientizar a população sobre os perigos associados ao uso de cigarros eletrônicos e a importância de manter a sua criminalização.

O que são os cigarros eletrônicos


Cigarros eletrônicos (foto: reprodução/site/Folha-UOL)

Os cigarros eletrônicos, também são conhecidos como vape, vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido). Esse tipo de cigarro tem quantidade variável de nicotina além de outras substâncias tóxicas. Então, se engana quem pensa que eles são uma opção melhor do que o cigarro convencional. Na verdade, a substância emitida pelo mesmo é prejudicial tanto para quem faz o uso do dispositivo quanto para quem é exposto a fumaça emitida por ele. Existem até mesmo alguns produtos do tipo que alegam não conter nicotina, mas na realidade ainda possuem a substância em sua composição.

O número de usuários de cigarro eletrônico quadruplicou no Brasil nos últimos tempos. Em quatro anos o número de usuários foi de 500 mil em 2018, para 2,2 milhões em 2022, segundo o IPEC. Em Julho, a diretoria da Anvisa decidiu manter a proibição dos cigarros eletrônicos, por votação unânime. Vender o produto é proibido por lei desde 2009 no Brasil, mas ele ainda é facilmente encontrado.

O uso desses dispositivos degringolou até mesmo para o surgimento de uma nova doença, chamada de Evali (Doença Pulmonar Associada aos Produtos de Cigarro Eletrônico ou Vaping), que causa fibrose e outras alterações pulmonares, podendo até mesmo levar o paciente à morte, pois causa insuficiência respiratória.

Mais sobre a campanha de conscientização

Segundo o reitor do Santuário Cristo Redentor, Padre Omar, a saúde e bem estar da população é inegociável e não deve ser relativizada. O mesmo acredita que aderindo a campanha pode influenciar positivamente, conscientizando sobre o tema. Tal ação também faz parte da campanha da SBPT, que desde outubro de 2023 faz oposição ao projeto de lei 5008/2023, apresentado pela senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), que propõe a liberação do comércio do cigarro eletrônico no Brasil.

A pneumologista Margareth Dalcomo diz que “Hoje o que nós temos visto são adolescentes e crianças já completamente adictas desses dispositivos de fumar”. A médica e professora ainda completa afirmando que os países que tomaram a decisão de liberar para maiores de 18 anos com o argumento da redução de danos, como o Reino Unido, estão revendo essa posição já que as pessoas tendem a largar um vício para adquirir outro.

Desde 2009, o comércio dos dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) são proibidos pela Anvisa. Porém, a falta de fiscalização no Brasil faz com que ainda assim eles ainda sejam de fácil acesso, fazendo com que crianças e adolescentes sejam as novas vítimas da dependência de nicotina. E assim, pacientes com graves quadros respiratórios estão sendo cada vez mais frequentes na nova geração.

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