A cerimônia acontece na Capela Sistina e por isso, nessa segunda-feira (28), o Vaticano fechou a capela para visitação do público para que comece os preparativos do Conclave.
Os cardeais que já estão no Vaticano se reúnem nessa segunda, e a data para a tão aguardada cerimônia pode ser definida.
O sepultamento do Papa Francisco aconteceu no sábado (26) e já está em andamento o período de luto de nove dias que acontece antes do Conclave. Previsão é que a cerimônia comece entre 5 e 10 de maio.
Chaminé: o símbolo que revela a eleição do novo Papa
Uma das tarefas que fazem parte dessa preparação da Capela para o Conclave é a instalação da chaminé, onde são queimados os votos de cada cardeal e por onde saberemos se um novo papa foi eleito, ou se teremos que aguardar mais tempo.
Fumaça branca sai da chaminé no telhado da Capela Sistina (Foto: Reprodução/Peter Macdiarmind/Getty Images Embed)
A cerimônia só tem início com a presença de todos os cardeais com liberdade de votar, exceto se algum dos votantes não puder comparecer por motivos graves ou problemas de saúde.
Processo de escolha pode levar dias ou anos
Mesmo com as expectativas de que o Conclave comece no início de maio, não existe alguma previsão oficial de quando a Igreja Católica terá um novo líder, tanto por conta do modelo de votos e regras da eleição.
O momento de decisão de um novo pontífice pode durar dias, ou até anos, e nesse momento de votos os cardeais votantes ficam isolados do mundo na “zona de Conclave”. Além de não terem permissão de nenhum contato com o mundo exterior, eles fazem um juramento de segredo absoluto sobre tudo que envolve o processo.
Cardeais entraram na Capela Sistina para o conclave em 12 de março de 2013, no Vaticano. (Foto: Reprodução/Maurix/Getty Images Embed)
Entenda como funciona a votação no Conclave
Para se eleger um novo papa, o cardeal com mais votos precisa garantir pelo menos dois terços dos totais de votos, que ao fim de cada contagem de votos, são queimados.
A estimativa é que a cerimônia esse ano reúna cerca de 133 cardeais, então o mais votado para se consagrar o novo líder da Igreja Católica precisa de pelo menos 89 novos.
Por dia, quatro votações podem ser realizadas, duas na parte da manhã e duas à tarde. Caso não cheguem a um consenso em três dias, acontece uma pausa de 24 horas para orações. Outra pausa pode ser solicitada caso após uma semana não tenha um papa eleito.
Se por algum motivo, após 34 votações, não exista ainda um novo pontífice, são selecionados os dois mais para disputar uma nova eleição, como um segundo turno em eleições que conhecemos. Porém, ainda seguirá a regra de atingir pelo menos dois terços dos votos totais.
Os conclaves de 2005 (Bento XVI) e 2013 (Francisco) foram resolvidos de forma rápida, apenas dois dias. E segundo a história da própria igreja, os últimos 100 anos de eleições papais foram resolvidos de forma rápida.
Contudo, já aconteceram eleições que duraram dias e até anos, como por exemplo, no século 13 onde um Conclave durou quase três anos, onde no fim foi eleito Gregório X.
Em relação ao Conclave desse ano foram prorrogadas, pela Santa Sé, as credenciais de jornalistas até o dia 31 de maio, além do calendário de imprensa indicar 21 de abril e 11 de maio como período de funeral de Conclave. Essas informações são simbólicas, diretamente ligadas à cobertura mundial.
Recorde: sete brasileiros participarão da eleição do novo Papa
Entre os 133 cardeais que estão aptos a votar no Conclave, temos sete brasileiros. O maior número de brasileiros de todos os Conclaves já realizados. Conheça a seguir quem são:
- Arcebispo Sérgio da Rocha (Salvador)
- Arcebispo Jaime Spengler (Porto Alegre)
- Arcebispo Odilo Sherer (São Paulo)
- Arcebispo Orani Tempesta (Rio de Janeiro)
- Arcebispo Paulo Cezar Costa (Brasília)
- Arcebispo João Braz de Aviz (Brasília)
- Arcebispo Leonardo Ulrich Steiner (Manaus)