Casa Branca força Israel a abrir rotas de ajuda humanitária para Gaza

Alexandre Kenzo Por Alexandre Kenzo
4 min de leitura
Foto Destaque: Benjamin Netanyahu (Reprodução/REUTERS/Ronen Zvulun)

Nesta sexta-feira (5), o gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou que Israel vai permitir a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza a partir de pontos seletos. Isso ocorreu após um pedido do presidente estadunidense Joe Biden, e a decisão foi saudada pela Casa Branca.

O pedido ocorreu nesta última quinta-feira (4) após um telefonema entre os dois líderes, e forçou a ação de Netanyahu ao estabelecer uma condição para a continuidade do apoio dos Estados Unidos à Israel: a proteção dos civis palestinos em Gaza, que foi pela primeira vez imposta como necessária pelo presidente. E tal proteção requer, de acordo com Washington, a implementação de certas medidas.

Essas medidas, incluindo um compromisso de abrir o porto de Ashdod para a entrega direta de assistência em Gaza, abrir a passagem de Erez para uma nova rota de assistência para chegar ao norte de Gaza e aumentar significativamente as entregas da Jordânia diretamente em Gaza, agora devem ser implementadas completa e rapidamente,” comunicou Adrienne Watson, a porta-voz do Conselho de Segurança Nacional.


Ajuda humanitária é lançada pelo ar sobre Gaza (Foto:Reprodução/REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa/CNN)

Resposta de Israel

Assim, o gabinete de guerra de Israel rapidamente afirmou a autorização de “medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária à população civil da Faixa de Gaza” que deverão evitar uma crise humanitária sem comprometer a missão de “alcançar os objetivos da guerra“.

No entanto, ainda serão avaliadas as ações imediatas de Israel nos próximos dias, e os Estados Unidos poderão de forma correspondente mudar sua política internacional com relação à Gaza.

Estamos preparados para trabalhar em plena coordenação com o Governo de Israel, os Governos da Jordânia e do Egito, as Nações Unidas e as organizações humanitárias, para garantir que essas importantes medidas sejam implementadas e resultem em um aumento significativo da assistência humanitária que chegue a civis em extrema necessidade em toda Gaza nos próximos dias e semanas,” adicionou Watson.

Ajuda Humanitária

Desde o início do conflito, Israel tem tido problemas com as organizações de ajuda humanitária atuantes na Faixa de Gaza, o que tem criado tensões. De forma mais significativa, Israel manteve bombardeios na cidade de Rafah, que atuava como o principal ponto de escape para o Egito para civis que buscavam se refugiar.

Como ponto ainda mais recente, vale apontar o caso desta terça-feira (2), em que Netanyahu confirmou que as Forças de Defesa de Israel (FDI) mataram sete agentes humanitários da World Central Kitchen (WCK) que estavam em carros blindados e sinalizados como pertencentes da organização.

Agora, os novos pontos de entrada para ajuda humanitária serão o porto de Asdod (35 km de Gaza), e a passagem de Erez (norte do território palestino). Durante os próximos dias, os Estados Unidos devem averiguar se as medidas para a evacuação de civis é satisfatória, ou requer mais alterações.

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