Nesta quarta-feira (8), o presidente de Enel, Max Lins afirmou que cerca de 11 mil imóveis ainda seguem sem o abastecimento de energia elétrica desde o temporal de sexta-feira (3).
Durante entrevista ao Bom Dia SP, Max já tinha afirmado que 14 mil clientes se encontravam nessa condição, número que agora foi atualizado em coletiva de imprensa na sede da empresa. Anteriormente havia sido estabelecido um prazo de conclusão dos reparos na rede para a noite de terça-feira (7), mas essa estimativa foi reavaliada.
“Evidentemente, é impossível você prever uma restauração de uma rede, onde derrubou-se postes, transformador, cabo,” disse o presidente da Enel em entrevista à GloboNews ainda na terça, já afirmando a impossibilidade de prever nova data para o trabalho.
Presidente da Enel, Max Lins, na coletiva de imprensa de quarta-feira (8). (Foto:Reprodução/Rodrigo Rodrigues/g1)
Locais sem energia
O total contabilizado de imóveis ainda sem luz, que soma aproximadamente 11 mil, pode ser contabilizado da seguinte forma:
- 4,6 mil são da capital de São Paulo;
- 3 mil são da região de Embu das Artes;
- 3 mil são da cidade de Cotia;
Toda essa soma, ainda assim, representa apenas 0,5% do total de pessoas afetadas pelas chuvas fortes (cerca de 2,1 milhões). O estrago causado pelos ventos de até 103,7 km/h ainda estão sendo avaliados, mas já denominam o maior temporal registrado nos útlimos 5 anos.
Por conta da demora no reestabelecimento do serviço, várias críticas foram lançadas à Enel, incluindo protestos em rodovias e uma investigação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP).
Protestos contra a falta de luz em São Paulo. (Foto:Reprodução/TV Globo)
Cobranças
Para além do ocorrido no temporal, as reclamações também datam do serviço nos últimos cinco anos em geral – que segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), teve seu tempo de espera médio mais do que dobrado para o cliente.
Max ainda se defende, afirmando que, “tentar usar um episódio específico de grande magnitude climática e de grande impacto sobre a rede para fazer uma avaliação, não é adequado. Acho que a gente tem que olhar o filme inteiro.“
Além dos protestos – em que moradores com falta de luz bloquearam algumas avenidas e rodovias paulistas – as várias ações do governo, como a investigação já mencionada ou a entrada de ação civil pública da Procuradoria Geral do Município de São Paulo, são cobranças da irresponsabilidade quanto a um bem público, que pode inclusive contribuir para o número de mortes decorretes do temporal. Foi relatado, até terça-feira (7), que mais de 30 unidades de saúde da capital ainda não tinham luz e estavam com suas operações prejudicadas.
Foto Destaque: Equipe da Enel tentando reestabelecer a energia na terça-feira (7). Reprodução/Marco Ambrosio/Estadão