2023 apresenta recordes de maiores temperaturas globais da história

Letícia Guedes Por Letícia Guedes
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De acordo com análises compartilhadas pelo observatório da União Europeia Copernicus nesta quarta-feira (6), o recorde de altas temperaturas globais vêm sendo superado desde o mês de junho. Atualmente, novembro marcou o sexto mês consecutivo deste índice, alcançando uma temperatura média do ar de superfície de 14,22°C, que  ultrapassam apontamentos feitos há mais de 30 décadas. Desta forma, especialistas afirmam que o ano de 2023 com certeza já é considerado como período mais quente registrado na história.

Ondas de calor registradas durante o ano

Mês passado foi marcado no Brasil a oitava onda de calor apenas este ano. O Instituto Nacional de Meteorologia precisou emitir alerta vermelho sob mais de 15 estados do país, entre eles Amazonas, Rondônia e Pará no topo do ranking, além de Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santo. Na cidade carioca, a sensação térmica chegou à faixa dos quase 60°C, enquanto na capital paulistana, as temperaturas estenderam-se um pouco mais de 40°C. Segundo a instituição, a sinalização vermelha indica que as altas temperaturas significam “intensidade excepcional, com grande probabilidade de ocorrência de grandes danos e acidentes, com riscos para a integridade física ou mesmo à vida humana”.


Na Itália, turistas tentavam achar soluções para se refrescar nas ruas (Foto: reprodução/Andreas Solaro/AFP/Brasildefato.com)


Para além do hemisfério sul, países como Itália, Grécia, Holanda e Alemanha também sofreram com o calor extremo durante a temporada de verão de 2023. Autoridades locais tiveram que intervir ao fazer recomendações de cuidado para a população europeia, como por exemplo, evitar a luz solar em certos períodos e frisar a importância do consumo constante de água para uma melhor hidratação. Em julho, o governo da Grécia chegou a fechar um dos principais pontos turísticos do local,  a Acrópole, decorrente as altas temperaturas, a fim de zelar pelo bem-estar e saúde dos turistas e moradores.

Especialistas explicam motivo das altas temperaturas

Segundo a pesquisa realizada pela World Weather Attribution, as bruscas mudanças climáticas dos últimos anos foram ocasionadas principalmente pelas ações humanas para com o planeta. Fenômenos como aquecimento global e o desmatamento incessante configuram-se como motivos ainda mais fortes para estas situações de calamidade ambiental.

“Esse ano particular agora não dá mais espaço para aquelas visões céticas do aquecimento global […] é indubitável: todas as evidências estão aí saltando aos olhos de todos e não há negacionismo que sustente diante de tantas alterações”, relata o professor de Meteorologia do IAG/USP, Ricardo de Camargo, para o veículo CNN. Além do calor, estas mudanças climáticas afetam a questão das chuvas, sejam ela em níveis extremos ou pela sua escassez em períodos determinados.

Ademais, o Brasil ainda enfrenta atualmente outro evento climático, o El Niño, fenômeno natural que proporciona um aumento nas temperaturas oceânicas. No entanto, segundo a Karina Lima, doutora em Climatologia pela UFRGS, umas das consequências do aquecimento global está diretamente ligada ao fato do elevação da intensidade e mutabilidade do acontecimento e que, assim como os outros casos, necessita de um plano de ação para ser equilibrado.

Foto destaque: ilustração de um termômetro marcando altas temperaturas (Reprodução/lamyai/Istockphoto)

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