450 “vampiros” são encontrados em túmulos na Polônia

Ágatha Pereira Por Ágatha Pereira
3 min de leitura

Cerca de 450 restos mortais foram encontrados em um túmulo na Polônia, durante escavações para alargamento de uma rua na vila Luzino. No entanto, a posição dos corpos, com as cabeças posicionadas entre as pernas e moedas nas bocas, chamou a atenção dos arqueólogos que foram chamados para investigar o local.

A prática era comum na Polônia durante o século XIX, e fazia parte de um “ritual” contra os seres mitológicos do folclore polonês medieval: os vampiros. As moedas encontradas nos restos mortais datam de 1846. O local da escavação faz parte de um antigo cemitério desativado, próximo à igreja da cidade.

De acordo com o arqueologista responsável pela escavação, Maciej Stromski, acreditava-se que a única maneira de impedir o ressuscitamento, era por meio da decapitação. “O que descobrimos são exemplos de crença nos mortos voltando do túmulo, que só poderiam ser interrompidos por decapitação.”. Ele explicou também que “Acreditava-se que se um membro da família do falecido morresse logo após o funeral, então ele ou ela poderia ser um vampiro”.


Corpos foram encontrados decapitados, com as cabeças entre as pernas, e uma moeda na boca. (Reprodução/Revista Galileu)


Esta não é a primeira vez que um “cemitério de vampiros” é encontrado na Polônia. Em 2014, dois sítios arqueológicos foram reportados com restos mortais em condições semelhantes, com características de sepultamento “anti-vampírico” da época. Mas, nesses sítios, os mortos foram enterrados com os dentes removidos, pedras na boca e pernas estacadas, em um gesto que supostamente impediria o levantamento dos corpos. 

A prática das pedras na boca, de acordo com Titus Hjelm, especialista em cultos vampíricos da Escola de Estudos Eslavos e do Leste Europeu na University College London, tinha o objetivo de fazer uma “barreira” entre o mundo dos vivos e dos mortos.

“Segundo algumas fontes, os poloneses pensavam que os vampiros nasciam, em vez de serem ‘feitos’. Eles [os vampiros] eram pessoas normais que podiam viver vidas normais, não aristocratas vivendo em castelos distantes. Os problemas só começaram quando essas pessoas morreram. Eles poderiam voltar a viver com suas famílias e até mesmo engravidar suas esposas”.

Essa não era uma prática comum somente na Polônia. Em 2018, na Itália, o corpo de uma criança de 10 anos foi encontrado com uma pedra na boca, em um antigo cemitério romano de 1,6 mil anos, e foi apelidada pelos moradores de “vampiro de Lugnano”.

 

Foto destaque: 450 corpos de “vampiros” foram encontrados na Polônia.

Deixe um comentário

Deixe um comentário Cancelar resposta

Sair da versão mobile