SÃO PAULO – O ex-governador de São Paulo, Márcio França (PSB), tem dito a aliados que pode desistir de concorrer ao Palácio dos Bandeirantes no pleito de outubro próximo em nome de uma aliança nacional entre seu partido e o PT. Com a eventual saída, o ex-prefeito da capital paulista, Fernando Haddad, colheria os dividendos políticos de França.
A In Magazine apurou que durante uma reunião com a cúpula do PSB, na última segunda-feira (27), França admitiu pela primeira vez que poderia sair da disputa pelo governo estadual. A saída já era esperada por petistas para os próximos dias. O comunicado oficial, no entanto, deve demorar. Isso porque dois movimentos ainda são aguardados pelo pessebista.
O primeiro seria a decisão do PSD em apoiar França ou o ex-ministro Tarcísio de Freitas, candidato de Bolsonaro no maior colégio eleitoral do país. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o apoio da legenda seria imprescindível para manter a candidatura pessebista. Procurado pela In Magazine, França disse não depender de apoios para manter sua pré-candidatura.
O ex-ministro e ex-prefeito Fernando Haddad (PT) e o ex-governador Márcio França (PSB) reunidos –
Além disso, uma reunião entre dirigentes petistas e pessebista, marcada para esta quinta-feira (30), definiria alguns dos impasses estaduais na arrumação dos palanques, sendo o de São Paulo o principal deles.
Desde quando o ex-governador Geraldo Alckmin, hoje no PSB, passou a ser ventilado para a vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula (PT), a cabeça da chapa na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes é alvo de embates internos entre ambas as legendas: De um lado o PT, com Fernando Haddad, que não cogita desistir da candidatura para apoiar França. Do outro, França, que até então afirmava não pensar em abdicar da majoritária.
De acordo com levantamento Datafolha de abril, Haddad lidera a briga pelo Palácio dos Bandeirantes com 29% das intenções de voto, seguido por França com 20%.
Caso desista, Márcio França pode ser candidato ao Senado na chapa encabeçada pelo PT. Aliados do ex-governador disseram à CNN Brasil que ele deve esperar o cenário na corrida pela Casa Alta de Brasília depurar – a grande preocupação seria o apresentador José Luiz Datena, cotado para a vaga na chapa de Tarcísio, que nesta quinta-feira (30) desistiu de concorrer.
A saída de França, contudo, não deve ser isolada. No PSB, articula-se que ela seja uma condição para o PT equacionar impasses em outros estados, como o Rio Grande do Sul. No palanque gaúcho, ambas as legendas duelam pela cabeça da majoritária – o PSB defende o nome de Bento Albuquerque, enquanto o PT apoia Edegar Pretto.
Questionado pela In Magazine sobre a possibilidade de desistência, França não quis responder.
Foto destaque: Este é Márcio França, ex-governador de São Paulo. Reprodução/AssessoriaPSB