Aeroporto de Guarulhos limita o uso de celulares por funcionários do terminal de cargas

Alexandre de Lima Olmos Por Alexandre de Lima Olmos
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O Aeroporto Internacional de Guarulhos, situado em Guarulhos, anunciou uma mudança no sistema da sua área interna. A partir de junho, os funcionários não poderão mais usar celulares em pontos importantes do terminal de cargas.

A decisão ocorreu após o episódio onde duas brasileiras ficaram presas na Alemanha após terem suas bagagens trocadas por malas que continham 40 quilos de cocaína, o que levou elas a serem acusadas de posse de drogas. Segundo a Polícia Federal, as goianas Kátya Baía e Jeanne Paolini foram vítimas de um esquema de troca de etiquetas, organizado por traficantes através de aparelhos celulares. A acusação levou elas a serem presas por um mês, até que o governo brasileiro conseguisse provar a inocência das duas.

O terminal é um ponto fundamental de preocupação para as autoridades, que busca garantir que nenhuma mercadora ilegal passe entre as milhares de bagagens que circulam no principal aeroporto do país. Nos últimos 2 anos e meio, a PF identificou e deteu mais de 100 funcionários terceirizados que atuavam no aeroporto, com a maioria tendo ligação com o tráfico de drogas.

“Eles aliciam pessoal assim que eles são contratados e, muitas vezes, eles já são aliciados antes da contratação. Tem casos de que um funcionário, que já faz parte da organização, acaba indicando um colega ou um amigo; alguém que, depois, a gente descobre que também está traficando”, disse Felipe Lavareda, delegado do Aeroporto Internacional de São Paulo.

O foco da mudança será nas áreas do terminal de passageiros e no pátio dos aviões, locais de circulação para as bagagens. Nessas áreas, os funcionários só poderão usar celulares autorizados pelas empresas, além de serem proibidos de utilizar os aparelhos para fins pessoas.

Aqui é área sensível. Aqui, nós precisamos garantir que nenhuma informação saia desse ambiente”, apontou André Luiz Gonçalves Martins, delegado-adjunto da Alfândega da Receita Federal no Aeroporto de Guarulhos. “Essa é uma área também muito importante de segurança do aeroporto e, para que se garanta a integridade da mala do viajante, é importante que se restrinja a captação de imagens e a comunicação entre as pessoas que aqui trabalham.”


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Vídeo com os profissionais que atuam no Terminal de Cargas (Reprodução/Instagram)


Através de um documentado enviado à Receita, ao Ministério Público e à administração do aeroporto, a Polícia Federal apresentou diversas falhas na vigilância do local. Segundo a PF, mesmo com a presença de 2.500 câmeras, o lugar ainda possui pontos cegos.

O procurador da república Guilherme Rocha Göpfert destaca que a concessionária responsável pelo terminal precisa resolver esses e outros problemas o quanto antes, para evitar novos casos similares a história de Kátya e Jeanne.

“Se teve essa falha, o que o MPF faz? Chama a Polícia Federal, chama a Receita Federal, chama a concessionária – todos os órgãos envolvidos – e cobra a responsabilidade de cada um. O que a gente busca aqui? Que esse sofrimento que foi passado, essa situação, essa tragédia que foi vivida por essas brasileiras, elas valham para que tragédias como essas não mais se repitam”, explicou Guilherme.

Foto destaque: Aeroporto de Guarulhos. Reprodução/GRU Airport

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