Afegãos conhecidos como Talibã fazem mais uma vítima por decapitação e abusam em perseguições

Diogo Nogueira Por Diogo Nogueira
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Mahjabin Hakimi, atleta junior da seleção do vôlei feminino de Afeganistão é mais uma mulher a sofrer nas mãos do grupo extremista chamado Talibã, sendo morta por decapitação nesta quinta-feira (21). O regime islâmico não tolerou a esportista de vôlei jogar uma partida sem o véu tradicional que cobre o seu rosto e possuir descendência Hazara, povo mongol perseguido pelos terroristas, segundo o jornal britânico “The Independent”.


Mahjabin teria morrido no ínicio do mês de outubro, e o caso foi encoberto por questões de segurança, sendo revelado recentemente. (Foto: Reprodução/Facebook)


Todas as jogadoras do time de volêi e o resto das atletas femininas estão em uma situação ruim. Desesperadas e com medo. Elas foram forçadas a fugir e viver em lugares desconhecidos“, disse o treinador, com nome fictício chamado Suraya Afzali.

Em dias diferentes como o de atualmente, em 2001, o desrespeito aos direitos das mulheres eram contidos quando os Estados Unidos tomaram conta do Afeganistão, tornando possível a formação feminina em modalidades variadas e possibilitando uma geração de atletas vindo da região.

Entretanto, com a tomada de Cabul pelos extremistas em agosto, após o fim do comando americano, a onda de violência voltou a ser alarmante. A segurança capaz de ser oferecida as jogadoras que servem a nação não é mais confiante, e sim, limitada.

Mulheres no futebol acharam refúgio em outro país

A seleção afegã se encontra incompleta, devido a saídas de atletas de sua própria equipe no dia 24 de agosto, rumo a Austrália, com a garantia de apoio a seus direitos como mulher e cidadã, segundo informou a Federação Internacional dos Jogadores Profissionais de Futebol (Fifpro).

O temor do regime talibã fez com que os jogadores procurassem novos ares. Algumas delas relataram sua vivência de opressão e angústia.

“Estas jovens estiveram em uma posição de perigo e, em nome de suas colegas ao redor do mundo, agradecemos à comunidade internacional por terem ido em sua ajuda” comunicou a Fifpro.

A seleção feminina de futebol do Afeganistão nasceu em 2007, em um país que enfrenta contextos de limitações rígidas por parte do Talibã. A criação é interpretada como oposição ao grupo extremista.

Conselhos como deletar postagens nas redes sociais e fotos do elenco foram ditos desde a queda do governo do Afeganistão, em 15 de agosto, em tentativa de evitar revoltas contra as jogadoras.


Khalida Popal, ex-capitã da seleção do Afeganistão, peça chave para o apoio de governos distintos a atletas afegãs. (Foto: Reprodução/Instagram/Khalida Popal)


Khalida Popal, ex-capitã da seleção do Afeganistão descreveu seus últimos dias no país: “foram extremamente estressantes, mas alcançamos uma vitória importante”.

Khalida fez parte do grupo que começou a organizar a ida de jogadoras e suas familiares para governos estrangeiros, como a Austrália, visando o apoio necessário. “Elas foram corajosas e fortes em um momento de crise” disse Popal. “O futebol feminino é uma família e devemos garantir que todas estejam seguras“.

Outro grupo de atletas conseguiu se reerguer em Portugal, que concedeu refúgio às jovens.

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Contra o críquete feminino

Um dos líderes do Talibã, Ahmadullah Wasiq, apontou que o esporte feminino é algo inapropriado e desnecessário, em uma entrevista a uma rede da Austrália, a SBS, em agosto. Se referiu ao críquete, que é muito praticado na Ásia: “Eu acho que não será permitido às mulheres jogar críquete, porque não é necessário que as mulheres joguem críquete“.No críquete elas podem estar em situações em que o rosto e o corpo delas não estejam cobertos, e o Islã não permite que elas sejam vistas dessa forma“, disse.

Não me pergunte mais sobre mulheres

Em Cabul, o novo diretor de esportes do Talibã no Afeganistão informou que em setembro os afegãos poderão praticar até 400 esportes, com a exclusão da participação das mulheres em um evento considerado público.

Por favor, não me faça mais perguntas sobre as mulheres” protestou Bashir Ahmad Rustamzai, enquanto estava presente na cadeira do ex-presidente do Comitê Olímpico do Afeganistão, que fugiu do país, seguindo o exemplo de outros integrantes do governo anterior.

Foto em destaque: Reprodução/Twitter/Zabihullah Mujahid

 

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