Após reunião com John Kerry, o enviado especial do presidente estadunidense, Joe Biden, para questões climáticas, o vice-presidente Geraldo Alckmin, nesta segunda-feira (27), afirmou que o governo dos Estados Unidos está “empenhado”em arrecadar “recursos vultosos” para o combate ao desmatamento na Amazônia. Porém, o valor ainda não foi definido.
“O enviado John Kerry não definiu valor, mas colocou que vai se empenhar junto ao governo e o congresso norte-americano, e junto à iniciativa privada, para termos recursos vultosos, não só no Fundo Amazônia, como também outras contribuições”, disse, o vice-presidente.
Na reunião no Palácio Itamaraty, também participaram a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Aloizio Mercadante, responsável pela administração do Fundo Amazônia.
Tweet do Geraldo Alckmin sobre o encontro com as autoridades estadunidenses. (Reprodução/Twitter)
A Casa Branca já havia anunciado doações ao Fundo Amazônia, no início do mês após o encontro com o presidente Lula no território estadunidense. “Os Estados Unidos anunciaram sua intenção de trabalhar com o Congresso para fornecer recursos para programas de proteção e conservação da Amazônia brasileira, incluindo apoio inicial ao Fundo Amazônia, e para alavancar investimentos nessa região muito importante”, anunciou, o texto divulgado pelo Itamaraty, afirmando que o governo de Biden pretende trabalhar com o Congresso, cuja a Câmara é dominada pela oposição republicana.
Na nota do Itamaraty, o Brasil foi reconhecido por ser um dos protagonistas no combate à crise climática. “Ambos os líderes estão determinados a conferir urgente prioridade à crise climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética. Reconhecem o papel de liderança que o Brasil e os EUA podem desempenhar por meio da cooperação bilateral e multilateral”.
Joe Biden trouxe como uma das novidades do mandato a criação de um cargo para tratar das mudanças climáticas, em que escolheu um ex-secretário de Estado para demonstrar a importância do assunto. A partir disso, os EUA tentam se mostrar como um dos mais interessados na preservação ambiental.
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e, em dez anos de operação, recebeu R$3,3 bilhões em doações, que pararam em 2019 por problemas na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Foram financiados 102 projetos, em um custo de R$1,8 bilhão. Os governos da Noruega e da Alemanha contribuíram com o fundo, quando funcionava, assim como a Petrobras, que fez menores doações. Até dezembro passado, existia R$3,6 bilhões ainda em caixa até dezembro passado, de acordo com o BNDES.
Foto destaque: Alckmin apertando a mão de John Kerry. Reprodução/Twitter.