Aliados de Jair Bolsonaro são suspeitos de movimentar R$ 12 milhões

Gabriel Alvarado Souza Por Gabriel Alvarado Souza
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O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), responsável pelo combate à lavagem de dinheiro, identificou uma movimentação financeira conjunta de R$ 11,8 milhões nas contas de seis antigos colaboradores de Jair Bolsonaro durante o período compreendido entre janeiro de 2022 e maio de 2023. Essa informação foi inicialmente divulgada pelo G1 e posteriormente confirmada pelo jornal O GLOBO.

As informações foram documentadas em Relatórios de Inteligência Financeira (RIFs) que estão atualmente sob análise pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) desde 8 de janeiro. Além disso, a Polícia Federal também traçou o rastro de transações financeiras no valor de aproximadamente R$133,3 mil envolvendo os seis ex-assessores mencionados: Mauro César Cid, Luis Marcos dos Reis, Luiz Antonio Oliveira, Osmar Crivelatti, Jairo Moreira da Silva e Adriano Alves Teperino. Todos eles possuem histórico militar e atuaram na equipe da Ajudância de Ordens da Presidência (AJO), tendo participado de comitivas em viagens nacionais e internacionais ao lado de Bolsonaro.


Tenente-Coronel Mauro Cid (foto) é ex-ajudante de ordem de Bolsonaro e assumirá função no Comando de Operações Terrestres, em Brasília (Foto: reprodução/Caio Vinícius/Poder 360)


Nos registros, o Coaf destacou a “inconsistência” das transações devido à falta de conformidade entre algumas delas e os rendimentos declarados pelos ex-colaboradores, cujas faixas de renda variam entre R$ 27 mil e R$ 10 mil, conforme dados disponíveis no Portal da Transparência.

O montante mais expressivo em termos de movimentação financeira pertence ao tenente-coronel Mauro Cid, somando R$ 6,7 milhões. Cid liderava a equipe da AJO e desempenhava um papel de destaque como “braço-direito” de Bolsonaro. Sua presença era notável em quase todas as agendas e viagens oficiais, além de ser responsável pela gestão das finanças pessoais e despesas do ex-presidente.

Relação Fria entre Tenete e Bolsonaro 

Devido à estreita relação com Bolsonaro, o tenente-coronel acabou se tornando objeto de investigações conduzidas pela Polícia Federal, que o suspeita de disseminar notícias falsas durante a pandemia, participar de um esquema de desvio de jóias destinadas à Presidência e de falsificação de cartões de vacinação. Ele foi detido em prisão preventiva desde maio em decorrência do último caso mencionado.

Investigação da Polícia Federal

Durante a investigação, a Polícia Federal também descobriu mensagens e documentos no celular do militar que mencionaram a possibilidade de decretar um chamado “Estado de Sítio” como uma medida para impedir a posse do ex- presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Anteriormente, a defesa de Mauro Cid esclareceu que as movimentações financeiras registradas correspondiam a “resgates de investimentos” e a um “empréstimo familiar”, ambos devidamente declarados para quitar despesas familiares e adquirir um imóvel.

A segunda maior movimentação financeira, no valor de R$ 3,3 milhões, foi atribuída ao segundo sargento Luis Marcos Reis. Subordinado a Cid, Reis ocupava o cargo de supervisor na Ajudância de Ordens de Bolsonaro e desempenhava o papel de atender às demandas pessoais do ex-presidente, conforme seu próprio currículo.

Similarmente a Cid, Luis Marcos Reis também se encontra sob prisão, suspeito de envolvimento no suposto esquema de adulteração de dados de vacinação de Bolsonaro, Cid e seus familiares. Ele foi responsável por indicar um médico de Goiás para emitir um certificado de vacinação contra a Covid-19 para a esposa de Cid.

 

Foto Destaque: O presidente Jair Bolsonaro/ Foto: Cristiano Mariz/Poder 360

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