Alunos acusam diretora de transfobia e assédio moral em escola de SP

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A diretora da Escola Estadual Professora Rosa Inês Bordai Moreira, em Sete Praias, na Zona Sul de São Paulo, foi acusada por alunos de assédio moral, transfobia e de impedir que os estudantes jantem na instituição.

Além disso, ainda de acordo com a denúncia dos adolescentes, a diretora teria proibido que uma aluna transsexual utilizasse o banheiro feminino e a impediu de ser chamada por seu nome social nos ambientes da escola.

Na última semana, os adolescentes realizaram uma série de protestos dentro da escola contra a diretora. Em um deles, policiais foram acionados para conter os alunos. Segundo o grêmio estudantil da escola, os protestos começaram após circular nas redes sociais uma foto da diretora segurando uma arma.

Eles denunciam também que são impedidos de jantar após as 19h. De acordo com relatos, até mesmo os alunos que trabalham e possuem o comprovante para se alimentar na instituição de ensino são impedidos. Os funcionários são orientados a descartar toda a comida que não for consumida até às 19h.

“Ela oprime as alunas em questão de vestimentas, ameaça dar advertência e suspensão sobre qualquer coisa. Muitos alunos não conseguem comprar uniforme escolar, vão com calça normal e, dependendo do tipo de calça, ela reclama. A gente se sente vigiado o tempo todo, reprimido”, afirmou ao G1 um dos integrantes do grêmio estudantil, que pediu para não ser identificado.

Em nota, a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) informou que repudia discriminação ou bullying, dentro e fora do ambiente escolar e que um processo de apuração preliminar para averiguar a conduta da profissional citada foi aberto. A Seduc informou que a diretora foi afastada até que seja concluído um “processo de apuração preliminar para averiguar a conduta da profissional citada.”

Ainda de acordo com a Secretaria, durante a última semana foram realizados encontros com a comunidade escolar, representantes do Grêmio Estudantil e Sindicato para escuta e alinhamento.

O Supremo Tribunal Federal (STF) considera desde 2019 que atos de transfobia são enquadrados como crime de racismo. A decisão do STF tornou o Brasil 43º País a criminalizar a homofobia, segundo o relatório “Homofobia Patrocinada pelo Estado”, elaborado pela Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais (Ilga).


Supremo Tribunal Federal (STF) (Foto: Nelson Jr./SCO/ST)


Nota da Secretaria da Educação

“A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) repudia discriminação ou bullying, dentro e fora do ambiente escolar. Foi aberto processo de apuração preliminar para averiguar a conduta da profissional citada que segue afastada da unidade até a conclusão do processo.

Durante a última semana foram realizados encontros com a comunidade escolar, representantes do Grêmio Estudantil e Sindicato para escuta e alinhamento, bem como visita de representantes do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar (Conviva SP).

Na oportunidade, foram debatidas e pré-definidas algumas iniciativas como uma reunião agendada para quinta-feira (5) com o objetivo de traçar um plano de ação sobre a temática de gênero. A rede conta ainda com o programa Psicólogos na Educação para apoio dos estudantes, mediante autorização dos responsáveis”.

 

Foto Destaque: Alunos fazem cartazes contra ações de diretora (Foto: Reprodução/Redes sociais)

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