Após abandono da política externa, Lula retoma relações com a África

Magda Costa Por Magda Costa
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Para reverter a política externa bolsonarista e ampliar laços diplomáticos com a Àfrica, o presidente Lula (PT) pretende realizar viagens pelo continente africano até o ano que vem.


Presidente Lula com o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. Foto: Ricardo Stuckert


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer fazer ao menos duas rodadas de viagens ao continente nos próximos meses, visitando oito países. No início do segundo semestre o presidente começa a visitar  Angola, África do Sul, Moçambique, Senegal, Gana Etiópia, Nigéria e São Tomé e Príncipe.

Para Lula é fundamental atualizar a política externa brasileira voltada para o continente Africano, concluindo que não basta “repetir receitas do passado”, sendo necessário atualizar a diplomacia entre os países. O objetivo da diplomacia brasileira é relançar as relações entre Brasil e África, após ser deixada em segundo plano no governo do ex presidente Jair Bolsonaro.

                           


Existe a possibilidade de reabertura da embaixada brasileira em Serra Leoa e em Ruanda, o que demonstra um interesse em fortalecer os laços diplomáticos com esses países. Uma viagem pelo continente africano está planejada para o mês de agosto, coincidindo com a realização da reunião do Brics em Johannesburgo, na África do Sul, e também em fevereiro de 2024, durante a reunião dos países da União Africana, na Etiópia.

Durante essa visita, espera-se a realização de encontros bilaterais com vários chefes de Estado e de governo africanos, aproveitando a oportunidade proporcionada pela reunião do Brics. Esses encontros podem abrir caminho para o estabelecimento de acordos comerciais, a promoção da cooperação em áreas estratégicas e a retomada de parcerias históricas.

Essas iniciativas refletem a importância de fortalecer os laços entre o Brasil e os países africanos. Nos últimos anos, o continente africano tem recebido maior atenção de potências como China, Rússia, Índia e Turquia, enquanto o Brasil tem sido criticado por sua falta de engajamento. Portanto, essa perspectiva de reabertura da embaixada e as viagens planejadas representam um esforço para promover uma maior cooperação e aproximação com a África, aproveitando as oportunidades econômicas e políticas que o continente oferece.

Dawisson Belém Lopes, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais, a reaproximação do Brasil com a África é fundamental. A seu ver, o continente vem sendo negligenciado, enquanto China, Rússia, Índia, Turquia e outras nações expandiram suas relações bilaterais com a região.
Para o ex- embaixador do Brasil nos Estados Unidos, na China e na Alemanha, Roberto Abdenur: “Foi incrível, lamentável, o total ‘apagão’ do Brasil em relação à África durante os quatro anos de Bolsonaro como pária no plano internacional”.

A reabertura da embaixada brasileira em Serra Leoa e em Ruanda, juntamente com a participação em reuniões importantes como as do Brics e da União Africana, demonstra um esforço para reverter o quadro de negligência e promover uma maior cooperação entre o Brasil e os países africanos. Essa reaproximação é essencial para ampliar as relações bilaterais, explorar oportunidades econômicas e fortalecer o papel do Brasil no contexto internacional.

Foto Destaque: Presidente Lula e primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva. Reprodução/Sérgio Lima/Poder360

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