Suzane Von Richthofen estava detida na cidade de Tremembé, interior de São Paulo, presa desde 2002, após ser condenada pelo assassinato dos pais. Após 20 anos cumprindo pena, foi solta na tarde desta quarta-feira, 11. Decisão que se deu após consentimento judiciário para que seu regime progredisse para um regime aberto.
A SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) informou ao G1 que Suzane Von Richthofen foi liberada da penitenciária feminina Santa Maria Eufrásia Pelletier aproximadamente às 17h35 de hoje. Foi confirmado, pelo Tribunal de Justiça, que a 2° Vara de Execuções Criminais de Taubaté conferiu que Suzane cumpriu com os requisitos que foram impostos pela lei de Execução Penal, o que a permitiu sair em regime aberto.
Desde 2015, Suzane cumpria regime semiaberto, o que a permitia deixar a penitenciária em algumas ocasiões, temporariamente. Quando Manfred e Marisa Richthofen, pais de Suzane, foram mortos, Suzane foi condenada a 39 anos e 4 meses de regime fechado, por ter envolvimento no crime e ser considerada como aquela que arquitetou a morte dos pais. Seu ex-namorado e o irmão dele, Daniel e Cristian Cravinhos, também foram detidos.
Suzane Von Richthofen é solta pela justiça e seguirá cumprindo regime aberto. (Reprodução/otvfoco.com/Kelves Araújo)
Com isso, ela deve continuar cumprindo pena em “liberdade”, podendo trabalhar durante o dia, mas com o dever de retornar para casa durante a noite. Casa essa que ela ficará, é uma casa de hospedagem prisional coletiva, também conhecida como casa de albergado, que abriga pessoas que estão cumprindo o mesmo tipo de regime. Ficou determinado que, caso alguma regra imposta à ela seja descumprida, o regime aberto pode ser suspenso, fazendo com que ela retorne a prisão. Dependendo do caso, a justiça pode até tomar novas medidas e estabelecer novas condições à pena.
Dentre essas regras, estãao cumprir à risca os horários de ir e voltar do trabalho, permanecer no endereço designado pela justiça em seus dias de folga e durante as noites. Além de não poder deixar a cidade em que se encontram sem autorização judicial, além de precisar comparecer em juízo para informar e justificar suas atividades do dia à dia. Richthofen vinha cursando faculdade de biomedicina, e se supõe que ela deve continuar seus estudos com o regime aberto ao qual está liberada.
O caso ocorreu em 31 de outubro de 2002, quando o casal Marísia e Manfred Von Richthofen foram mortos por pancadas de barra de ferro na cabeça. Suzane, filha do casal, seu namorado e o irmão dele, Daniel e Cristian Cravinhos, confessaram o crime e foram detidos pela polícia.
Suzane, seu namorado Daniel e o irmão dele, Cristian foram detidos em 2002. (foto: reprodução/GloboNews)
De acordo com o Ministério Público, ambos foram condenados, e alegaram que os pais de Suzane não aceitavam seu relacionamento com Daniel, então decidiram matá-los e ficar com todo o patrimônio da família. O caso já foi abordado em filmes e documentários, como os filmes “A Menina Que Matou os Pais” e “O Menino Que Matou Meus Pais”, que abordam duas visões diferentes sobre o caso.
Foto destaque: Richthofen é liberada à regime semiaberto. Reprodução/Marcelo Gonçalves/Sigmapress/Folhapress.